quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

CEREST se organizando para melhor atender

O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador atende diariamente uma série de pacientes que acessam o CEREST buscando avaliações ortopédicas, de clínica médica, ou atednimentos em fisioterapia, terapia ocupacional, fonouadiologia e psicologia.
Quando estes pacientes chegam ao CEREST eles são acolhidos pela equipe de enfermagem, que além dos primeiros cuidados, registra também uma ficha que integrará o prontuário deste paciente, junto com o encaminhamento realizado pela unidade de saúde a qual o paciente pertence.
Pensando na qualidade do registro destes dados e na necessidade de compreender quem são os pacientes que frequentam o Centro de Referência, a equipe sempre se preocupou em registrar os dados obtidos destes acolhimentos, mas recentemente, ganhamos mais um parceiro no registro e avaliação destes dados.
Um sistema de registro de dados novinho em folha!
Com o apoio técnico de Aguinaldo Alves da Silva, que fez a programação do software de acolhimento do CEREST. Este software, possibilita o registro de informações, mas também o cruzamento de dados dos elementos contidos em cada campo.
A inserção desta ferramenta, mais moderna, apoiará no cruzamento de dados, facilitando a avaliação da demanda do CEREST, suas necessidades, o controle da lista de espera de exames e tratamentos no CEREST, bem como compreensão do fluxo destes pacientes. 
Isso, sem dúvida, agilizará o trabalho de avaliação dos dados internos do CEREST, para que nos organizemos para melhor atender à demanda dos paciente e garantirá maior eficiência ao tratamentos das pessoas que buscam o CEREST.
  

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Impressionante!!!

A reportagem abaixo é impressionante. Seja pela estratégia de tratamento utilizada e inédita no Brasil, seja por ter sido um procedimento realizado orgulhosamente em um hospital do SUS (sim somos componentes de um Sistema de Saúde com fragilidades, mas com GRANDES potencialidades!) E por fim, porque duas frases são extremamente relevantes, quando apresentada a fala do trabalhador acidentado:
"Chorei muito quando vi minha mão" e Prefiro trabalhar no meio do mato, coletando argila para cerâmica. Desde o acidente não consigo mais trabalhar com gente, ficou um trauma que não sei explicar direito."
As duas frases esclarecem qual o impacto que um acidente grave exerce sobre a vida e o psiquismo de um trabalhador, mesmo quando a recuperação é impressionante em relação ao possível desfecho que foi evitado pela equipe médica: a amputação.
Confira a reportagem, que é interessante e nos leva a seguinte pergunta: Até quando vamos ter vidas permanentemente marcadas por acidentes de trabalho?


Homem passa 42 dias com mão dentro da barriga após cirurgia na BA

Procedimento ousado e inédito evitou que a mão do paciente fosse amputada
Um homem que perdeu toda a pele da mão após um acidente de trabalho, além de parte dos cinco dedos, passou por uma cirurgia considerada inédita no hospital público da cidade de Eunápolis, na região sul da Bahia. Para não precisar amputar o antebraço, o médico optou por costurar a mão do paciente debaixo da pele da barriga, onde ela ficou por 42 dias até que fosse reconstituída. Os movimentos e a pele da mão foram recuperados.
O microempresário foi vítima de um acidente de trabalho há seis anos, ao tentar tirar pedras que impediam o funcionamento de uma máquina de moer argila. “Quando eu estava tentando tirar a pedra dentro do cilindro, o rapaz não viu, ligou essa máquina e ela me puxou“, lembra Ângelo Roldi.
Para os médicos que atenderam o paciente naquele dia, o que aconteceu com a mão dele foi um “desenluvamento”, ou seja, a pele da mão saiu como se fosse uma luva. Nesses casos, a indicação é a amputação do antebraço, mas a equipe que cuidou de Ângelo, decidiu colocar a sua mão dentro da barriga, debaixo da pele.
O procedimento foi realizado pelo cirurgião ortopedista Hugo Serrano com o objetivo de evitar infecções, além de recuperar a irrigação sanguínea e da pele. “Eu tinha uma experiência com a cobertura de pequenas lesões, utilizando outras áreas do corpo, e veio na minha cabeça. A área que tem mais espaço de pele é o abdômen. Vamos utilizar o abdômen“, explica o médico.
Depois de passar por mais de seis horas no centro cirúrgico e 42 dias com a mão por debaixo da pele da barriga, Ângelo recuperou parte dos movimentos, a sensibilidade e responde a todos os tipos de estímulos. Segundo o médico, não existem registros de realização de um procedimento semelhante como este no mundo. “Inclusive depois de terminada a cirurgia, entrei em contato com meus professores de Belo Horizonte, especialistas em mão, eles pesquisaram e me deram como resposta que não tinham também nenhum registro desse tipo de cirurgia tão amplo, tão grande, cobrir a mão inteira“, afirma o especialista.
O PROCEDIMENTO E A RECUPERAÇÃO DO PACIENTE
Ângelo teve parte dos movimentos da mão recuperados graças a enxerto de pele.  A intervenção teve de ser feita porque não havia como reimplantar a pele retirada, pois ela estava muito suja de argila e o risco de uma infecção generalizada era muito alto.
Na ocasião do acidente, havia pouco tempo para que ele fosse transferido para outro local com melhor capacidade de atendimento; em oito horas, se nada tivesse sido feito, a única solução era uma amputação do membro. Ângelo foi operado noHospital Regional de Eunápolis (SUS), onde permaneceu por 60 dias.
A equipe médica que o atendeu entrou em contato com o cirurgião plástico Leonardo Canhestro, de Belo Horizonte (MG).  Após ver as fotos de Ângelo, Canhestro orientou o médico Hugo Serrano, por telefone, a costurar a mão do paciente dentro da barriga. “Nestes casos, normalmente, a indicação é de amputação no meio do antebraço [entre o cotovelo e o punho]. Esta cirurgia foi idealizada em menos de 1 hora”, disse o médico Leonardo Canhestro, que acompanhou Ângelo na recuperação junto com Hugo Serrano.
Após a cirurgia, Ângelo teve de ficar por 42 dias com a mão costurada à barriga, cuja pele daria novo formato à mão. Durante esse período, ele ia sofrendo cortes no abdômen para a mão não se adaptar com a irrigação de sangue oriunda da barriga, já que o correto é o sangue que circula pela mão chegar pelas veias do braço.
A maior dificuldade dessa época, diz ele, era para dormir, sempre de barriga pra cima, e depois ter de ficar com um braço pendurado também para o alto. “Eu dormia por causa do cansaço. […] Na época, só me alimentava de sopa. Eu passei por uma anemia muito profunda, tive de tomar uns remédios por isso também”, disse.
Após a retirada da mão da barriga, os médicos terminaram de encobrí-la, costurando-a. E para cobrir o espaço da barriga que foi para a mão, foi esticada a pele localizada pouco abaixo do peitoral e costurada no “pé da barriga”. “Eu fiquei corcunda por uns dias, mas depois a pele foi esticando e fiquei normal”, disse Ângelo, que só foi ver a mão depois de 80 dias do acidente, ocorrido em 22 de janeiro de 2009. “Chorei muito quando vi minha mão”, disse.
O caso “é excepcional no Brasil”, segundo  o médico cirurgião plástico e um dos principais especialistas em mão do país, Luiz Mário Bonfatti, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. “Eu mesmo só vi casos no Brasil de desenluvamento parcial, com perda de dois a três dedos, nunca os cinco”, disse.
Sobre o procedimento realizado em Ângelo, ele disse que “”é muito trabalhoso para ocorrer a recuperação, da forma como foi feita, mas é possível”.
Hoje, Ângelo trabalha com a extração de argila, dirigindo uma retroescavadeira. “Prefiro trabalhar no meio do mato, coletando argila para a cerâmica. Desde o acidente, não consigo mais trabalhar com gente, ficou um trauma que não sei explicar direito”, disse.
Com informações dos portais G1 e UOL

Link para visualizar a reportagem!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Operário tem mão decepada em acidente na JBS Friboi


Coagido pela empresa, trabalhador executava função para qual não possuía treinamento

Escrito por: William Pedreira • Publicado em: 04/02/2015 - 12:04 • Última modificação: 04/02/2015 - 12:21

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Reprodução
A notícia de uma tragédia anunciada evidencia mais uma vez a irresponsabilidade da JBS - maior produtora global de carnes e dona das marcas Friboi, Seara, Vigor, entre outras -, quanto às condições de trabalho.
Vanderlei Costa Rosa, 28 anos, teve a mão direita decepada após acidente na madrugada desta terça-feira (3), na unidade de Carambeí (PR).
O operário, que há seis meses trabalha no setor de higienização, fazia a limpeza da máquina conhecida como ‘misturadeira’ – que agrega a carne aos condimentos -.
De acordo com Wagner do Nascimento Rodrigues, secretário-geral do Sindicato da Alimentação de Carambeí, Castro e Região, o trabalho de limpeza é complexo, pois deve ser feito com a máquina em funcionamento e, portanto, demanda treinamento. Porém, Vanderlei jamais passou por qualquer orientação.
“Pela ausência de um operário habilitado e pela necessidade de tocar a produção Vanderlei foi colocado em condições de risco pela empresa”, afirmou o dirigente.
Ele revela que é comum na unidade de Carambeí a improvisação e a exploração da mão de obra para alcançar o lucro a qualquer custo. “Produção em primeiro lugar, saúde e segurança em segundo plano”, denuncia.
Após o acidente, o operário ainda teve que aguardar por meia hora até a chegada do socorro, que só ocorreu com a ajuda de uma concorrente, a BRF Foods, que é vizinha da JBS.  Logo depois, ele foi encaminhado para o hospital mais próximo. “Preocupou bastante o despreparo da empresa para atuar em situações de emergência”, disse.
A unidade, que pertencia a Seara, foi adquirida pela JBS numa operação realizada em 2013. Segundo o dirigente, desde que a empresa se instalou no município, houve uma considerável piora nas condições de trabalho, arrocho salarial e retirada de benefícios.
“Sem contar que o diálogo com a JBS é nulo. Inadmissível que uma empresa receba tantos recursos do BNDES e não tenha qualquer preocupação com o trabalhador, que por pressão e medo de perder o empregVagner não corre risco de vida, mas ficará internado aguardando decisão médica para transfusão de sangueVagner não corre risco de vida, mas ficará internado aguardando decisão médica para transfusão de sangueo acaba se submetendo a essas condições, como no caso do operário que teve a mão decepada pela máquina”, lamentou o dirigente.
Diante desta preocupante realidade, o Sindicato tem feito diversas denúncias. A JBS, inclusive, já foi alvo de fiscalização do Ministério Público do Trabalho e autuada por uma série de infrações.
Wagner informou que o Sindicato já tomou as providências cabíveis, comunicando o acidente ao Ministério do Trabalho local e ao Ministério Público. 
Em visita ao operário no hospital, Wagner assegurou que a entidade atuará para garantir todos os seus direitos.