quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Hora de agradecer!

E já que recortamos o ano em pequenas 12 partes, para  lidar com ele.
Estamos na última parte dele.
E é hora de agradecer.
Agradecer aqueles que fizeram o ano ser mais fácil, com sua parceria.
Agradecer aqueles que fizeram o ano ser maior, em grandeza, em potencialidade de trabalho.
Agradecer aqueles que acreditaram no nosso trabalho, que trabalharam conosco ou pra gente.
O ano de 2016 vai sendo encerrado com a expectativa de que 2017 seja um ano muito bom.
Cheio de trabalho.
Cheio de energia.
Cheio de bons momentos.
Cheio de saúde, justiça social e harmonia.
Carregados de boas energias, apresentamos para vocês o nosso "cartão virtual de Natal e Ano Novo".
Que assim como no ano passado, traz imagens dos profissionais do CEREST em um momento de confraternização, e incentivando a todos os amigos e parceiros de trabalho que confraternizem e busquem os sentimentos mais importantes da vida por um mundo melhor.
Confira nosso cartão.
Nosso mais novo orgulho.
Nosso presente para vocês!!


sábado, 17 de dezembro de 2016

Vamos relembrar o Relatório de Gestão de 2015?

CENTRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR (Cerest)

O Relatório de Gestão é o instrumento da gestão e monitoramento do SUS, regulamentado pela Lei 8.142/1990, e pela Lei Complementar 141/2012, utilizado para comprovação da aplicação dos recursos e apresentação dos resultados alcançados na execução da Programação Anual de Saúde (PAS). É, portanto, importante para orientar a elaboração da nova programação anual, bem como apontar ajustes, que se façam necessários no Plano de Saúde (BRASIL, 2014).
Ao avaliarmos os dados coletados nos sistemas de informação – BPA, acolhimento, notificação rápida e FINAT – identificamos que o ano de 2015 foi um período de modificação nas estratégias de ação do CEREST Regional de Marília e fora marcado por dois eventos importantes: epidemia de dengue e greve dos servidores municipais.
O CEREST se dedicou ações preventivas relacionadas especialmente às relacionadas à conscientização sobre Trabalho Infantil, que envolveu uma série de ações intersetoriais com a Secretaria de Assistência Social de Marília e Educação, sendo tema do V Encontro Regional de Saúde do Trabalhador do CEREST.
Outra ação preventiva, fora a “Campanha: Não passe do limite! Abasteça o tanque até o automático”, convocada pelo Governo do Estado de São Paulo, que levou a equipe do CEREST aos Postos de Combustíveis, com atenção à saúde dos trabalhadores deste setor.
Durante o ano, buscou-se qualificar as informações contidas no CEREST através da reorganização no sistema de registro de informações do CEREST, com a criação de banco de dados – formato Access/Windows – para Notificações Rápidas de Acidente de Trabalho, Fichas de Notificação ao Acidentado do Trabalho (FINAT) e Acolhimento. O objetivo desta alteração foi de criar uma interface mais moderna e simplificada para digitação das fichas, bem como, um avanço na forma de avaliação dos dados, tornando-a mais ágil.
Outro ponto relevante de 2015 foi prosseguimento na aproximação do CEREST Regional Marília com os municípios de sua área de abrangência através de ações de matriciamento, como encontros freqüentes para discussão de necessidades dos agentes dos municípios e orientação quanto à investigação de acidentes de trabalho graves.
No que se refere à educação, o ano foi de investimento em formação dos profissionais do CEREST e divulgação das informações em saúde do trabalhador obtidas no Centro de Referência. Os profissionais participaram de treinamento para instauração de Sistema de Protocolo para Auto de Infração, Oficina de tratamento de dados do SINAN, formação para ação no Setor Sucroalcooleiro, além do prosseguimento no curso de Noções de Ergonomia, que completou seu terceiro ano.
As informações do CEREST foram divulgadas através da apresentação de trabalhos como na Mostra de experiências exitosas do XVIII Encontro da Renast de São Paulo, em que as ações do CEREST Marília foram bastante elogiadas, e participação no Seminário de Precarização do Trabalho da Rede de Estudos do Trabalho (RET) na Unesp de Marília. A divulgação do CEREST junto às SIPATs (Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho) das empresas também fora intensa no ano corrente.

PRODUÇÃO DO CENTRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR SEGUNDO TIPO DE PROCEDIMENTO, REGISTRADOS EM 2015.


Quanto à tabela acima, há um decréscimo no número de procedimentos em geral. Avaliamos que este resultado se deve a uma combinação de fatores: alteração na forma de registro dos procedimentos ambulatoriais através do BPA (Boletim de Procedimentos Ambulatoriais), que difere do antigo SIAL (Sistema de Informação Ambulatorial) que permitia o registro de um número maior de procedimentos por paciente e profissional.
Outro fator contributivo para o decréscimo, fora a alteração na rotina de trabalho do CEREST Regional Marília pela reforma de sua sede que impediu a realização de atendimentos. Além disso, a greve dos servidores municipais também paralisou o atendimento por um período.
Ao observar as informações encontradas no levantamento do BPA, identificamos que temos uma maior riqueza de informações sobre as ações do CEREST; uma vez que foi necessário incluir categorias de ação à tradicional tabela de procedimentos no relatório deste ano.
Por outro lado, o sistema informacional referido, não contempla todas as ações que os profissionais do CEREST realizam, percebe-se a necessidade de inclusão de alguns procedimentos ambulatoriais para determinadas categorias profissionais. Como exemplo da fisioterapia a quem não é permitido o registro de Terapia em Grupo, hoje registramos o atendimento e não mais por procedimento; as consultas de clínica médicas eram registradas as avaliações para acupuntura e hoje temos consulta de acupuntura. Soma-se a isso, a necessidade de padronização da forma de registro das ações realizadas pelos profissionais do CEREST no sistema BPA.
Consideramos que os dados gerados pelo BPA não podem ser comparados na sua íntegra com o Sistema de Acolhimento devido à forma de serem registrados.

CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃO ATENDIDA EM 2015
Segundo o Programa de Registro de Acolhimentos do CEREST, foram atendidos trabalhadores. Desta amostra, as características dos usuários que buscam atendimento no CEREST é que são predominantemente trabalhadores com problemas osteomusculares (96%), Marilienses e em 55% do total, são mulheres. Com idade prevalente entre 30 a 59 anos.
A situação ocupacional predominante é de trabalhadores registrados (73%), seguidos de trabalhadores informais (7,3%) e autônomos (6,2%), com Ensino Médio Completo, em 41% dos casos, seguidos de usuários com Ensino Fundamental Completo (15,%) e Ensino Fundamental Incompleto (15%).
Quanto ao tempo na função atual, 37% dos trabalhadores atendidos estão de 01 a 05 anos na função e 20% estão de 06 a 10 anos exercendo a atividade.
Observou - se também uma queda no número de terapias vocais justificável pelo fato do serviço não ter recebido novos encaminhamentos para este tipo de atendimento. em 2015. Das pacientes que estavam em atendimento, algumas receberam alta por melhora.

QUANTIDADE DE CONDUTAS REGISTRADAS NO CENTRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR SEGUNDO BANCO DE ACOLHIMENTO EM 2015


Esta tabela sofreu alterações na sua descrição devido a estudos e discussões realizadas em equipe que nos levou a um melhor entendimento dos dados. Lembramos que a mesma comtem todos os registros de atendimentos que podemos identificar o seu desfecho no momento em que receberam atendimento no Cerest durante o ano de 2015, indepenndente se ele entrou no ano anterior.
Ao avaliar os dados da tabela, somando-se os pacientes que tiveram alta temos 89, destes 33, ou seja, 37% obtiveram alta por melhora. Ao avaliarmos o número expressivo de pacientes com “conduta em aberto”, identificamos que este se dá pelo fato de que há pacientes aguardando exames, ou em demanda reprimida para tratamentos de fisioterapia, acupuntura e terapia ocupacional.
Os números expostos traçam o perfil de pacientes atendidos pelo CEREST devido ao seu objetivo de prestar assistência à classe trabalhadora.
É preciso ressaltar que alguns pacientes buscam atendimento no CEREST com o intuito diferente do tratamento; alguns destes buscam o serviço para fomentar processos judiciais movidos contra seus empregadores, outros nos acessam com o intuito de buscar afastamento do trabalho por vivenciarem dificuldades no ambiente. Outros pacientes preferem ainda, estar vinculados no serviço em algum tipo de tratamento para não regressar à sua rotina de ambiente de trabalho devido ao sofrimento causado pelo local.
É necessário também fazer referência à adesão dos trabalhadores ao tratamento. Seja por dificuldade de horário e liberação para freqüentar atendimentos ou exames, seja pela dificuldade em compreender a própria responsabilidade quanto ao auto cuidado, percebemos também que há casos em aberto por dificuldade em agendar pacientes, por estarem ativos no mercado de trabalho.
No ano de 2015 tivemos um total de 314 primeiras consultas de ortopedia. Destes 296 foram solicitados por Unidades de Saúde de Marília, 14 pelos sindicatos e 04 por municípios da área de abrangêcia do CEREST (Alvinlândia – 03 e Oscar Bressane – 01). Das Unidades existentes, 09 não realizaram nenhuma referência para o CEREST, são elas: Argolo Ferrão, Padre Nóbrega, Rosália, Avencas, Amadeu Amaral, CDHU, Campo Belo, Flamingo e Jardim Marília. Vale ressaltar ainda que 24% do total de pacientes encaminhados para o CEREST não compareceram a primeira consulta.
O serviço de fonoaudiologia no ano de 2015 recebeu um total de 40 encaminhamentos para avaliação audiológica. Desse total, 02 foram encaminhamentos advindos um da Unidade de Saúde Costa e Silva e outro do Sindicato da Alimentação (STIAM), observando uma pequena queda em relação ao número de encaminhamentos externos em 2014. Os outros 38 foram gerados a partir do acolhimento do CEREST, ou seja, demanda interna, observando-se uma diminuição de 26 encaminhamentos em comparação ao ano de 2014. Dos trabalhadores encaminhados, 15 não foram avaliados, onde 10 mostraram desinteresse por já terem realizado o exame de audiometria pela empresa através do PCMSO e 05 faltaram por duas vezes consecutivas sem justificativa. Em 2015, igualmente em relação ao ano anterior, foi gerada a abertura de uma notificação compulsória para PAIR apesar de uma pequena queda no número de visitas de inspeção realizadas em ambientes de trabalho.
Neste ano de 2015 realizamos 05 grupos de Escola da Coluna, a metade do número realizado em 2014, situação resultado da reforma realizada no prédio do CEREST que impossibilitava o uso da sala que é realizado as aulas. Observamos novamente neste ano que a relevante porcentagem de absenteísmo, 41% logo no primeiro encontro. Somando os grupos realizados no período da manhã e da tarde, foram atendidos 30 pacientes. Deste total temos 70% dos pacientes permaneceram durante todo o programa de atendimento da Escola da Coluna; 30% de desistências (na primeira avaliação ou ao longo do atendimento). Segundo análise destes dados 86% dos pacientes que a freqüentaram obtiveram melhora do quadro doloroso.

RELAÇÃO DE EXAMES COMPLEMENTARES REALIZADOS PELO CEREST DURANTE O ANO DE 2015


Também nesse período identificamos encaminhamentos para outros ambulatórios especializados como Fisioterapia Central (26), Ambulatórios: Ortopedia (7), Mão (9), Coluna (20), Ombro (22), Joelho (7) e especialidades de Reumatologia (1). Quanto aos encaminhamentos, em relação ao ano anterior, houve relativo aumento nos encaminhamentos para outros serviços, tais números apontam para um maior grau de complexidade dos casos dos pacientes que chegaram ao CEREST, gerando encaminhamentos para procedimentos cirúrgicos e outros encaminhamentos por falta de nexo entre o adoecimento e o trabalho. Alguns pacientes permanecem conosco por apresentarem outros diagnósticos concomitantes de doenças relacionados ao trabalho.

REGISTROS DOS ACIDENTES DE TRABALHO GERADOS PELA UNIDADE DE SAÚDE, EM MARÍLIA NO ANO DE 2015


Neste ano houve uma mudança tanto na ficha de notificação rápida, quanto no banco de dados.
Com relação à ficha, esta passa a ser mais completa, tendo agora como item relevante a classificação da gravidade. As fichas classificadas com gravidade leve não são mais enviadas às respectivas Unidades de Saúde para preenchimento da FINAT, decisão tomada pelo CEREST devido à dificuldade que as Unidades relatam na busca pelo paciente para preenchimento dos dados. Essa estratégia foi comprovada nos anos de 2013 e 2014 com o aumento das fichas não investigadas de 50% para 60% por motivos já relatados anteriormente que é a falta de Recursos Humanos e mediante Epidemia de Dengue.
Quanto ao banco de dados, este passa a conter informações mais completas, e para isso foi contratada uma consultoria para desenvolvimento em plataforma que pudesse atender tal mudança. O programa utilizado recentemente é o Access, que faz parte do pacote do Office da Microsoft.
Recebemos um total de 3656 Fichas de Notificação Rápida de Suspeita de Agravos de Acidente de Trabalho gerada através dos atendimentos das portas de entradas do município de Marília. Número este inferior ao ano passado com 4125 notificações, porém houve redução do número de fichas não investigadas, que era de 60% no ano de 2014 passando para aproximadamente 30% no ano de 2015. Isto se deve pelo fato da alteração da ficha de notificação rápida, que esta está mais completa possibilitando uma compreensão melhor do agravo para registro. Evitando assim a busca do trabalhador para tal preenchimento de ficha, pois constatamos nos anos anteriores os que se acidentam em grau leve retornam mais rapidamente às suas atividades laborais e isso dificulta o contato como o mesmo. Mesmo assim com todas essas mudanças poderemos ter outras alterações consideráveis para o próximo ano.
Ao somarmos o total de fichas de acidentes de grau grave e moderado geradas através da Notificação Rápida (191), com as fichas de grau leve (2396), obtivemos um índice de investigação superior a 70% do total de fichas registradas de Notificação Rápida, que foi de 3656.

SUSPEITA DE ACIDENTES DE TRABALHO NOTIFICADOS NOS ATENDIMENTOS DAS UNIDADES SENTINELAS DO MUNICÍPIO DE MARÍLIA EM 2015



Como já foi dito anteriormente, especificamente este ano o CEREST promoveu uma mudança na tratativa dos dados com o intuito de aperfeiçoar as informações e tempo na investigação de acidentes que levam na sua classificação de gravidade o grau leve. Desta forma, com a Ficha de Notificação Rápida estando mais completa, àquelas classificadas como leves nem são enviadas para as Unidades procederem à investigação, elas automaticamente são digitadas no sistema como suspeita de acidente leve, uma vez que a representatividade destes acidentes é bem menor se comparada aos acidentes graves, aos fatais e aos ocorridos com trabalhadores menores de 18 anos.
Com a redução de fichas enviadas às Unidades para investigação, as notificações geradas pelo CEREST, que já tinham uma representatividade expressiva no que diz respeito às doenças ocupacionais, por se tratar de uma Unidade especifica da área, ganha agora maior notoriedade nos outros tipos de registro de acidentes, ou seja, somados o acidente típico, o acidente de trajeto e as doenças ocupacionais, a investigação do CEREST que antes era de 20% do total de registro em 2014, passa a ser de 70% em 2015 com essa nova configuração da tratativa dos dados.


ACIDENTES DE TRABALHO REGISTRADOS NO CEREST, SEGUNDO SEXO E TIPO DE ACIDENTE NO MUNICÍPIO DE MARÍLIA NO ANO DE 2015




As causas mais recorrentes de registro de acidente envolvendo o sexo masculino são: os acidentes de trânsito (30%), os acidentes envolvendo máquina e equipamentos (15%) e acidentes decorrentes de outras causas – prensagem da mão entre objetos (9%). Com relação aos 99 acidentes de trajeto envolvendo sexo masculino, 41 ocorrências (41%) foram de colisão envolvendo moto e automóvel e 35 acidentes (35%) estão associados à queda de motocicleta. Dessa forma podemos concluir que essas causas totalizam 76% dos acidentes de trajeto com homens e que as mesmas sofreram novamente um aumento com relação ao ano anterior, principalmente o que diz respeito à colisão.
As causas mais recorrentes de registro de acidente envolvendo o sexo feminino são: os acidentes de trânsito (30%), a LER/DORT – movimentos repetitivos no desenvolvimento da atividade laboral (20%) e as quedas em nível (10%). Com relação aos 58 acidentes de trajeto envolvendo sexo feminino, 24 ocorrências (41%) foram de colisão envolvendo moto e automóvel e 20 acidentes (34%) estão associados à queda de motocicleta. Dessa forma podemos concluir que essas causas totalizam 75% dos acidentes de trajeto com mulheres e que as mesmas sofreram novamente um aumento com relação ao ano anterior, e para tal gênero há também uma prevalência alta com relação à colisão, assim como para o sexo masculino.




Os acidentes continuam a ocorrer em maior número na faixa etária de 20 - 39 anos, com prevalência para os acidentes típicos, enquanto que, com relação aos acidentes de trajeto, a faixa etária mais atingida se encontra entre 20 - 34 anos.
Dos 25 acidentes ocorridos com menores de 18 anos e registrados no Banco de Dados FINAT, a ficha do SINAN foi preenchida em 100% dos casos.
Ao realizar uma análise dos acidentes ocorridos com trabalhadores menores de 18 anos, observa-se que destes, 19 acidentes (76%) foram típicos e 6 acidentes (24%) foram no trajeto, refletindo também aqui o aumento no acidente ocorrido no trânsito.
Com relação ao registro de acidentes com jovens de 15 anos fica constatado que estes estão inseridos no mercado informal, ou seja, sem vinculo com instituições profissionalizantes que oferecem o trabalho em condição de aprendiz. Estes são mais difíceis de intervir, pois geralmente estão locados em empresas familiares que fazem uso da mão de obra infantil por meio de um discurso que confere ao trabalho caráter protetor e disciplinador. Já com relação aos jovens de 16 e 17 anos, pouco menos de 30% destes está inserido no mercado informal, o restante têm vinculo empregatício.
Dos que tem vinculo empregatício o ramo de atividade que mais emprega os trabalhadores dessa faixa etária são os Supermercados (Comércio).




Dos acidentes graves, 54% foram classificados como acidentes típicos, e 46% como acidentes de trajeto.
Das 380 notificações do SINAN, o CEREST realizou 210 visitas de orientação (55%); as Unidades de Saúde realizaram 16 visitas domiciliares (4%), com destaque para a USF Padre Nóbrega que notificou 07 SINAN’s, ou seja, 44% do total dos SINAN’s notificados pelas Unidades.
Das outras 154 notificações, 58 acidentes foram identificados através do Sindicato da Alimentação por meio de abertura de CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho). A Santa Casa de Marília notificou 12 acidentes por material biológico. Outras 84 notificações não geraram visita de orientação por se tratarem de Doenças Ocupacionais, sendo que destas, apenas 01 caso foi notificado pela Unidade de Saúde, o restante foi identificado em atendimento no CEREST.
Foram realizadas 41 inspeções em ambiente de trabalho, 26 inspeções geradas através de notificação do SINAN ao CEREST, 02 geradas pelo Ministério Público do Trabalho de Bauru, 02 geradas pelo Programa VISAT Canavieiros, 06 pelo Programa VISAT Benzeno / Postos de revenda de combustíveis, 04 delas por meio de denúncia e 01 para estabelecimento de Nexo Causal.
Ainda sobre o Programa VISAT Benzeno / Postos de revenda de combustíveis, foram realizadas visitas de orientação para os frentistas e gerentes em 53 postos.
Quanto ao grau de resolutividade obtivemos êxito em 51% com intervenções acatadas pelos estabelecimentos e 49% ainda estão em aberto por necessitarem de visita de retorno e definição de diretrizes a serem seguidas no caso do Programa VISAT Benzeno / Postos de revenda de combustíveis.
Com relação aos acidentes graves, foram notificados e registrados em banco de dados 247 acidentes, sendo estes divididos em: contusão (19), fratura (195), esmagamento (4), amputação (9), TCE (02), Queimadura (09), FCC (08), lesão ocular (01).



Dos acidentes com óbito notificados temos 01 acidente ocasionado por queda de moto em via pública, 01 por colisão carro e moto na rodovia. No caso do acidente da colisão ocorrido na Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP 294), a empresa na qual trabalhava o funcionário que foi a óbito ainda no local do acidente, está tentando uma intervenção via Departamento de Estradas de Rodagem – DER, por entender que naquele local a instalação de um limitador de velocidade, poderá fazer com que os motoristas que trafegam na SP 294 tenham mais atenção para com aqueles que estão adentrando à mesma rodovia pela via de acesso lateral (retorno).


De acordo com o CNAE, os ramos de atividades que mais expõe os trabalhadores ao risco tanto de acidentes quanto às doenças ocupacionais vem se repetindo nos últimos três anos:
1)Indústrias de Transformação, com 176 (33%) acidentes;
2)Comércio, com 103 (19%) acidentes; e
3)Construção Civil, com 54 (10%) acidentes.

Os três ramos somados ultrapassam 62% das notificações de acidente de trabalho no município de Marília.
No segmento Indústria de Transformação os acidentes são ocasionados em sua maioria por causas mecânicas, e dentre estas as que tiveram a maior incidência foram: trânsito (30%), seguido por máquinas e equipamentos (26%), e por queda de objetos (12%). Já no Comércio, os acidentes mais registrados também foram relacionados a acidentes de trânsito (43%), seguido por máquinas e equipamentos (15%) e por ferramentas (10%). No setor da construção civil os acidentes com maior registro foram relacionados a acidentes de trânsito (30%), seguido por queda de altura (26%) e por outras causas – prensão entre objetos (15%).
Cabe ressaltar que nos três setores além da quantidade de acidentes de causa mecânica ocasionados no trânsito que são do tipo típico, há ainda os acidentes do tipo trajeto, que são a segunda maior causa geradora de acidentes. No segmento Indústria de Transformação estes são da ordem de 25% do total de acidentes, já no segmento Comércio eles são superiores a 30%, e no segmento Construção Civil os números de acidentes estão próximos de 30% do total de registros para o setor.
Desta forma, se somados os acidentes do tipo típico aos acidentes do tipo trajeto, o número de acidentes que têm como causa o trânsito vem aumentando. Ao se fazer um comparativo com o ano de 2014 em que o registro dos acidentes de transito eram 23% do total de acidentes registrados em banco de dados, para o ano de 2015 estes passam a ser 31% do total de acidentes registrados. Resultados que estão explícitos nos dados oficiais divulgados pela Polícia Militar de Marília sobre o crescimento dos acidentes de um ano para o outro e que de alguma forma estão relacionados com falta de educação no trânsito.
Dentre as 87 doenças relacionadas ao trabalho registradas, 06 destas estão relacionadas a Transtornos de Saúde Mental e 01 a Perda Auditiva Induzida por Ruído - PAIR.

AÇÕES LOCAIS, MATRICIAMENTO E REGIONAL
Com relação às ações educativas realizadas pelo CEREST no ano de 2015 destacamos a sensibilização da coordenação do Centro de Especialidades Mário Covas quanto ao diagnóstico e notificação dos agravos relacionados à saúde do trabalhador. O objetivo desta ação foi despertar e ampliar o olhar dos gestores e profissionais para a potencial contribuição deste serviço para a identificação e notificação das doenças relacionadas ao trabalho.
O departamento de dermatologia foi elencado para iniciarmos o trabalho de sensibilização por especialidade. Com realização de reunião com a chefe do departamento onde foram apresentadas as legislações pertinentes à saúde do trabalhador, e discutida a possível subnotificação das patologias dermatológicas relacionadas ao trabalho.
Realizado também contato com o departamento de otorrinolaringologia do ambulatório Mário Covas, por meio de reunião com a coordenadora do serviço de fonoaudiologia, Ana Helena, onde foram apresentadas as legislações pertinentes à saúde do trabalhador, e discutida a possível subnotificação das patologias auditivas relacionadas ao trabalho (PAIR).
Com relação às portas de entrada, foi realizada sensibilização dos profissionais que atuam no pronto-atendimento do Hospital Universitário da Unimar. Esta ação mostrou-se bastante exitosa, pois se observou um aumento de 400% nas notificações rápidas emitidas por esta instituição
No âmbito do fortalecimento da articulação intra-setorial foi realizada sensibilização de 23 profissionais da vigilância sanitária do município de Marília para a incorporação das práticas de avaliação, controle e vigilância dos riscos ocupacionais existentes nas empresas e estabelecimentos;
No ano de 2015 também foram retomadas as capacitações em Saúde do Trabalhador dos profissionais da atenção básica, vigilância sanitária e vigilância epidemiológica dos municípios da área de abrangência do CEREST. Foram capacitados 24 profissionais dos municípios de Fernão, Guaimbê, Campos Novos Paulista, Lupércio, Gália, Ocauçu e Oscar Bressane (CIR Marília). Além disso, realizamos encontros periódicos com 09 municípios da CIR Ourinhos e 07 municípios da CIR Marília com enfoque no acompanhamento das atividades implementadas de Saúde do Trabalhador.
Do total de municípios que compõe o território de abrangência do CEREST, 45 % (14 municípios) não participaram de nenhuma atividade educativa proposta no ano de 2015. Alguns fatores podem ter contribuído para este fato como a epidemia de dengue e a restrição de gastos com viagens por parte das administrações municipais.
A implantação do matriciamento dos municípios da área de abrangência do Cerest teve início com a realização de reuniões in loco entre a equipe de matriciamento do Cerest e a equipe técnica de referência de 04 municípios da CIR Ourinhos (Santa Cruz do Rio Pardo, São Pedro do Turvo, Timburi, Óleo). O objetivo dos encontros foi aumentar o vínculo da referência regional em saúde do trabalhador com as equipes locais de vigilância em saúde e contribuir para aumentar a capacidade de resolução de problemas relacionados à saúde do trabalhador. No ano de 2015 não foi possível expandir as ações de matriciamento devido à epidemia de dengue que ocorreu no estado de São Paulo, pois houve uma mobilização grande dos profissionais tanto para o atendimento dos casos quanto para as ações de combate ao vetor.
Segundo dados fornecidos pelo GVE Marília e GVE Assis no ano de 2015 foram realizadas 822 notificações de agravos relacionados à saúde do trabalhador na área de abrangência do CEREST.

CAPACITAÇÕES, TREINAMENTOS E EVENTOS
1. Sensibilização da coordenação do Centro de Especialidades Mário Covas quanto ao diagnóstico e notificação dos agravos relacionados à saúde do trabalhador;
2. Sensibilização da chefia do departamento de dermatologia do Ambulatório Mário Covas para identificação, diagnóstico e notificação de casos de dermatoses ocupacionais e câncer relacionado ao trabalho;
3. Sensibilização da chefia do departamento de fonoaudiologia do Ambulatório Mário Covas para identificação, diagnóstico e notificação de casos de perdas auditivas ocupacionais.
4. No dia 28 de abril: distribuição de materiais educativos, porém toda ação interrompida devido as ações referentes à epidemia de dengue. Divulgação dos dados referentes aos agravos em mídia local.
5. Capacitação de 24 profissionais dos municípios de Fernão, Guaimbê, Campos Novos Paulista, Lupércio, Gália, Ocauçu e Oscar Bressane (CIR Marília);
6. Realização de encontros periódicos com 09 municípios da CIR Ourinhos e 07 municípios da CIR Marília com enfoque no acompanhamento das atividades implementadas de Saúde do Trabalhador com as vigilâncias (cerca de 14 participantes);
7. Realização de reuniões entre a equipe de matriciamento do CEREST e a equipe técnica de referência de 04 municípios da CIR Ourinhos para fortalecimento das relações de trabalho e das práticas interdisciplinares.
8. Realização de panfletagem e orientações sobre voz na Ganha Tempo e Poupa Tempo de Marília em comemoração ao Dia Mundial da Voz nos dias 15 e 16 de abril;
9. Participação e Acompanhamento dos Fóruns Acidentes do Trabalho;
10. Ações Estratégicas de sensibilização quanto ao Programa de erradicação do Trabalho Infantil, juntos aos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) Manoel Brizolla de Marília;
11. Organização do V Encontro Regional de Saúde do Trabalhador com o tema: Trabalho Infantil com a participação de 108 profissionais das áreas da assistência social, educação e saúde dos municípios da área de abrangência do Cerest;
12. Capacitação de 17 profissionais (Cerest, GVS Marília, GVE Marília e dos municípios de Campos Novos Paulista, Chavantes, Fernão, Pompéia e Oscar Bressane) através do Treinamento no uso de dados para a Vigilância em Saúde do Trabalhador: Ampliando e melhorando o uso de ferramentas epidemiológicas;
13. Sensibilização de 23 profissionais da vigilância sanitária do município de Marília para a incorporação das práticas de avaliação, controle e vigilância dos riscos ocupacionais existentes nas empresas e estabelecimentos;
14. Participação do IV Encontro dos Cipeiros do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação;
15. Curso de Ergonomia para os profissionais do Cerest em parceria com a UNESP Marília (em andamento);
16. Participação de reuniões do Comitê Regional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas de Marília e Região;
17. Elaboração do projeto da Construção Civil junto ao Sindicato da Construção Civil;
18. Retomada do Projeto voltado para o trânsito, com a realização de encontros com as instituições envolvidas para elaboração e implementação de ações preventivas.
19. Recepção e sensibilização dos alunos do Programa de Educação para o Trabalho (PET) Trampolim – SENAC;
20. Colaboração nos encontros preparatórios para V Conferência Nacional de Saúde Mental em parceria com o Conselho Regional de Psicologia (CRP/Assis);
21. Participação nas SIPAT: empresa de alimentos Chinuts, Ikeda e Maternidade e Gota de Leite de Marília;
22. Participação no XVIII Encontro da RENAST do Estado de São Paulo com apresentação de trabalhos;
23. Participação no V Fórum Trabalho e Saúde – Terceirização, Precarização do Trabalho e Saúde do Trabalhador no Brasil;
24.
PROPOSTAS PARA 2016
1. Intensificar as ações em relação ao reconhecimento dos agravos de saúde do trabalhador na rede de ensino e com os trabalhadores;
2. Iniciar projeto de matriciamento da Atenção Básica e, Saúde do Trabalhador no município de Marília (Projeto piloto com 4 Unidades);
3. Participação do grupo de Assistência a Saúde da SMS para inserção das ações previstas pelo Cerest em relação ao fluxo de encaminhamento e notificação de agravos;
4. Ampliar as estratégias de captação de suspeitos de agravos relacionados ao trabalho na atenção primária e secundária em relação às perdas auditivas, dermatoses, saúde mental durante o matriciamento nas Unidades para identificar casos novos;
5. Contratação de prestadores para a realização de exames complementares de acordo com a demanda atual;
6. Manutenção do apoio técnico para o desenvolvimento e implementação de programa para aprimorar o registro e análise do banco de dados do acolhimento e Notificação;
7. Prosseguir com a educação permanente nos municípios integrantes da CIR Ourinhos e CIR Marília (AB e Vigilância);
8. Acompanhar as reuniões de Vigilância Epidemiológica com os Hospitais e Pronto Atendimentos para promover a integração da Saúde do Trabalhador no processo de Vigilância em Saúde;
9. Realizar um estudo ampliado em relação à estatística dos Acidentes de Transito e levar ao conhecimento do Grupo de Vigilância em Saúde e possibilidade de socialização e sensibilização de gestores públicos;
10. Apoio e acompanhamento das ações voltadas ao combate do trabalho infantil, bem como os acidentes de trabalho ocorridos e inserção do Cerest em ações de entidades que trabalham com menores;
11. Implantação do sistema de “smar” para captação dos recursos de penalidade advindos do ato administrativo realizado pelo Cerest;
12. Promover espaço junto a CIST de discussão e elaboração de estratégias frente aos indicadores apontados neste relatório relacionados à subnotificação dos agravos. (Discutir sobre o envio das CATs pelos Sindicatos).
13. Organizar o VI Encontro Regional de Saúde do Trabalhador;
14. Organizar as atividades do dia 28 de Abril – Dia Mundial em memória as vítimas de Acidentes de trabalho;
15. Dar continuidade na divulgação de dados de vigilância em saúde do Trabalhador no Blog e outro meio de comunicação (e mails das Unidades de Saúde);
16. Avaliar os novos programas implantados referente aos bancos de dados do acolhimento e Notificação Rápida;
17. Elaborar e propor estratégias para implementação de ações de Saúde do Trabalhador na área de Saúde Mental no município de Marília (ambulatórios e AB);
18. Continuidade do projeto de capacitação da equipe em ergonomia: elaboração de protocolo para realização de visita de nexo para os pacientes que estão em atendimento neste serviço;
19. Em relação à Campanha “Não passe do limite, abasteça o tanque só até o automático” estaremos realizaremos uma terceira etapa com a sensibilização das empresas terceirizadas quanto à realização dos exames no PCMSO.
20. Fortalecer as ações intersetoriais com a Previdência Social;
21. Execução do projeto da Construção Civil em parceria com o Sindicato da Construção Civil – “Construção Civil e Saúde do Trabalhador” com mudança de foco. (Dengue e alojamentos)
22. Capacitar Controle Social (COMUS e CIST) quanto a Política de Saúde do Trabalhador.













quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

2º Encontro com a Atenção Básica da CIR Ourinhos trabalha a importância do diagnóstico

Grupo de trabalho discutindo
Todos os profissionais discutindo os assuntos da capacitação

Nesta quarta-feira, ocorreu no município de Ourinhos, o 2º Encontro com a Atenção Básica da CIR Ourinhos.
Durante toda a manhã, foram apresentados conteúdos referentes à sensibilização dos profissionais que compõem a Atenção Básica dos municípios da CIR Ourinhos.





ASSUNTOS DO ENCONTRO

Durante o encontro foram abordadas questões como:

Número de notificações emitidas por cada município e perfil dos acidentes notificados.




Anamnese: definindo questionamentos importantes que realizados cuidadosamente, com uma escuta dedicada, apóia nos estabelecimento do nexo entre sintomas e queixas do usuário da unidade a atividade laboral.

Diagnóstico: discussão dos principais transtornos passíveis de notificação compulsória do SINAN como: LER/DORT, Dermatose,
Pneumoconiose, Câncer relacionado ao trabalho, PAIRO, Transtornos mentais relacionados ao trabalho, incluindo o Assédio Moral e seus reflexos. 

A apresentação, seguida das discussões, foi proveitosa. Observa-se um grupo empenhado em realizar as ações relacionadas à Saúde em geral, bem como à Saúde do Trabalhador. Mas também foi possível observar um fenômeno comum à todos a rotina de grande parte dos trabalhadores da rede pública: o período de transição de governos municipais, e as equipes trabalham mas não há espaço para mudanças profundas na forma de trabalho, pois é preciso que seja feita a transição de prefeitos e secretários.
Ao mesmo tempo foi possível organizar uma agenda que norteia o trabalho com o grupo e com instâncias decisivas no trabalho desses profissionais.

 AGENDA 
 
Assim, o próximos encontros se dedicarão a capacitar os auxiliares de enfermagem, para que eles tenham uma escuta qualificada que considere os sintomas dos usuários e sua relação com o trabalho. Em outro momento serão discutidos riscos à saúde do trabalhador, fichas de notificação e trabalho infantil.
Também poderá ser realizada a capacitação com    os novos gestores em assuntos diversos e também em Saúde do Trabalhador. 


 Trabalhar com esse grupo é interessante para o CEREST. Seja porque compõe uma das ações que o CEREST deve realizar, seja porque o grupo traz a tona discussões importantes à Saúde do Trabalhador, bem como, com seus apontamentos norteia novos encontros do CEREST de acordo com a necessidade do grupo. O que é fundamental para que o acompanhamento das equipes tenha sentido.