sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Venha conosco pra Macrorregional você também

Nos dias 10, 11 e 12 de março, Presidente Prudente será sede da Etapa Macrorregional da IV CONFERÊNCIA DE SAÚDE DO TRABALHADOR. O CEREST Regional está se organizando para esse momento e convida você para participar também!

Para tanto envie um e-mail para

conferenciast.cerest@gmail.com

contendo os seguintes dados:

- Seu nome;
- Número de seu RG e CPF;
- Telefone (fixo e celular);
- A instituição que você representa (se você é de Sindicato, Secretaria de Saúde;
- e-mail;
- Endereço pessoal e comercial

Diga no e-mail se você já tem o transporte para ir até Prudente e se você já tem hotel, ou se precisa de apoio do Cerest para isso.

Para maiores informações ligue para o CEREST (14) 34134975

Aguardamos sua inscrição, e sua participação será fundamental para reflexões sobre políticas de saúde do trabalhador em nossa região estado e país!

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Acontecendo...

Acontece agora, no Alves Hotel, em Marília, a Oficina Preparatória para a etapa Macrorregional da Conferência de Saúde do Trabalhador. Com a palavras de Maria Cecília Dellatorre, o evento conta com a presença cerca de 70 pessoas, tem como objetivo fortalecer o pensamento crítico e iniciar uma reflexão sobre as dificuldades de implementar a Política Nacional de Saúde do Trabalhador - tema da Conferência de ST em 2014. Um momento importante ao movimento político de proteção a saúde dos trabalhadores de Marília e região.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Curiosidades - Vendedora obrigada a trabalhar em pé durante toda a jornada consegue indenização.

Uma vendedora procurou a Justiça do Trabalho de Minas alegando ter sido submetida a condições de trabalho indignas, já que a empresa não disponibilizava assentos para os empregados durante a jornada. Ela pediu indenização por danos morais.

Mas a juíza sentenciante, considerando que função de vendedora exige que o trabalho seja executado de pé e que a loja ficava dentro de um shopping que conta com praça de alimentação e sofás espalhados em todos os corredores, entendeu que a inexistência de assentos no interior da loja não caracterizou trabalho em condições degradantes a ponto de ofender a dignidade da trabalhadora. Por isso, indeferiu o pedido.

A vendedora, inconformada, recorreu dessa decisão. E a 1ª Turma do TRT de Minas, acompanhando voto do juiz convocado Mauro César Silva, deu razão a ela, julgando favoravelmente o recurso.

De acordo com o relator, a prova testemunhal demonstrou que não havia cadeiras dentro da loja e isso, no seu entender, aviltou a dignidade da empregada, submetida a trabalhar exaustiva e ininterruptamente em pé.

O próprio representante da empresa admitiu que a loja já foi notificada por falta de adequação de cadeiras. A testemunha declarou também que a trabalhadora não usufruía de nenhum intervalo.

Diante do cenário que despontou das provas, o relator pontuou não ser crível que a empresa concedesse à trabalhadora alguma pausa para se sentar, já que sequer concedia o intervalo alimentar.

"Assim, data venia, ainda que se considere que a função desempenhada pela reclamante realmente exigisse que ela permanecesse de pé na maior parte do horário de trabalho, não é razoável que a reclamada não propiciasse à empregada a oportunidade de se assentar entre um atendimento e outro, o que se agrava, conforme já mencionado, pelo fato de a autora não gozar do tempo mínimo legal de intervalo intrajornada, conforme reconhecido na sentença", registrou.

O relator lembrou que o parágrafo único do artigo 199 da CLT dispõe que "Quando o trabalho deva ser executado de pé, os empregados terão à sua disposição assentos para serem utilizados nas pausas que o serviço permitir". No mesmo sentido, ele citou também o item 17.3.5 da NR-17 da Portaria MTE 3.214/78, que trata da ergonomia do trabalho.

Atento às circunstâncias do fato e ao caráter pedagógico da reparação, além da duração do contrato e do porte financeiro da empresa, o relator deu provimento ao recurso, para condenar a loja a pagar à vendedora uma indenização por dano moral no valor de R$ 2.000,00. O entendimento foi acompanhado pelos demais julgadores da Turma.

( ED 0001213-97.2012.5.03.0006 )

Fonte: Tribunal Regional do Trabalho 3ª Região Minas Gerais, 11.12.2013

Curiosidades - Pesquisa detecta perdas visuais em frentistas de postos de gasolina Data: 9 de dezembro

Os frentistas de postos de combustível podem estar com a visão em risco pela exposição aos solventes existentes na gasolina. Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) observou perdas visuais significativas – principalmente relacionadas à capacidade de discriminar cores – em um grupo de 25 trabalhadores. Eles foram avaliados por meio de uma nova metodologia capaz de detectar problemas que passam despercebidos em exames oftalmológicos convencionais.

O estudo foi realizado no âmbito de um Projeto Temático coordenado pela professora Dora Selma Fix Ventura, do Instituto de Psicologia da USP.

“Avaliamos a capacidade de discriminar cores e contrastes e fazemos medidas de campo visual por meio de testes psicofísicos computadorizados. A atividade elétrica da retina também é medida com um exame não invasivo, o eletrorretinograma, que consiste na colocação de um eletrodo no olho para medir a resposta elétrica da retina a um determinado estímulo visual”, contou Ventura.

Os testes também já foram aplicados em pacientes que sofreram exposição ao mercúrio e em portadores de doenças como diabetes, glaucoma, Parkinson, esclerose múltipla, autismo, distrofia muscular de Duchenne e neuropatia óptica hereditária de Leber – uma patologia genética que costuma causar perda súbita de visão.

A pesquisa com o grupo de frentistas da capital foi realizada durante o mestrado de Thiago Leiros Costa, bolsista da FAPESP, e os resultados foram publicados na revista PLoS One.
“Esses trabalhadores têm contato diário com solventes da gasolina, como benzeno, tolueno e xileno, e não há um controle normativo forte. Há estudos que estabelecem limites de segurança para a exposição a solventes, mas de forma isolada. Não há parâmetros de segurança para a exposição à mistura de substâncias presentes na gasolina e praticamente ninguém faz uso de equipamentos de proteção individual”, disse Costa.

Os voluntários passaram por exames oftalmológicos que descartaram qualquer alteração estrutural na córnea, no cristalino ou no fundo do olho. Ainda assim, o desempenho dos frentistas nos testes psicofísicos foi significativamente inferior quando comparado ao do grupo controle. A hipótese dos pesquisadores é que o impacto na visão seja decorrente do dano neurológico causado pelas substâncias tóxicas do combustível, absorvidas principalmente pelas mucosas da boca e do nariz.

“Encontramos alterações em todos os testes de visão de cores e de contrastes. Foi uma perda difusa de sensibilidade visual e isso sugere que foram afetados diferentes níveis de processamento do córtex visual”, contou Costa.

Em quatro dos frentistas testados, a perda de sensibilidade para cores foi tão significativa que os pesquisadores precisaram realizar um exame genético para descartar a possibilidade de daltonismo congênito.

“Todos os voluntários trabalhavam em postos controlados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) e, em princípio, deveriam estar de acordo com as normas de segurança. Isso sugere que, atualmente, o trabalho de frentista não é tão seguro quanto o proposto. Se os solventes estão de fato afetando o cérebro, não é apenas a visão que está sendo comprometida”, avaliou Costa.

O pesquisador destacou ainda outras categorias de trabalhadores que podem sofrer perdas visuais pela exposição crônica a solventes orgânicos, como funcionários da indústria gráfica e de tintas.

A investigação conduzida por Costa foi um desdobramento de um trabalho anterior feito com trabalhadores expostos ao mercúrio durante o mestrado de Mirella Telles Salgueiro Barboni, também com Bolsa da FAPESP.

“Existe um grupo de pacientes acompanhado no Hospital das Clínicas da USP que sofreu exposição ocupacional ao vapor de mercúrio, a maioria em fábricas de lâmpadas fluorescentes. Eles apresentam diversos prejuízos neuropsicológicos e problemas de memória e atenção. Nós queríamos saber se a visão também havia sido afetada”, contou Barboni.

Estudos anteriores feitos no Japão, disse a pesquisadora, haviam mostrado que a intoxicação por mercúrio pode causar uma constrição no campo visual, ou seja, diminuir a visão periférica. O grupo da USP decidiu então usar a nova metodologia para descobrir se poderia haver danos também na região central da retina.

“Apresentávamos pequenos discos de luz cada vez mais fracos sobre um fundo iluminado. Queríamos medir qual era a menor intensidade de luz que o voluntário conseguia enxergar nas diferentes regiões do campo visual. Em seguida, fazíamos o eletrorretinograma”, contou Barboni.

Os resultados mostraram que a visão central também estava bastante prejudicada no grupo de 35 pacientes estudados. Segundo a pesquisadora, todos tiveram desempenho significativamente inferior ao do grupo controle em todos os testes.

“Com base nos resultados do grupo controle, composto por pessoas saudáveis, nós criamos faixas de normalidade. Nas regiões mais periféricas do campo visual, 71% dos expostos ao mercúrio tiveram resultado abaixo do limite inferior normal, ou seja, de cada dez voluntários, sete não tinham nem sequer o pior desempenho do grupo controle.

Na região central, o índice ficou em torno de 25%”, explicou a pesquisadora.

Os resultados da pesquisa foram divulgados em artigo publicado na revista Environmental Research.

A visão de cores e de contrastes foi avaliada durante os projetos de mestrado de Claudia Feitosa-Santana e Marcos Lago, respectivamente, que também observaram perdas significativas.

“Se considerarmos os vários parâmetros da nossa imagem visual – cor, discriminação de bordas, de contrastes de claro escuro ou de cores –, todos estavam prejudicados nos pacientes expostos ao mercúrio. A imagem para esses sujeitos não é a mesma que para uma pessoa não contaminada”, disse Barboni.

No entanto, todos os 35 pacientes foram considerados normais do ponto de vista clínico oftalmológico e apenas aqueles com os piores resultados apresentavam alguma queixa visual prévia. “Acreditamos que, ao longo de 10 ou 15 anos de exposição, a perda foi acontecendo de forma gradativa e o organismo foi se acostumando”, disse Barboni.

O mesmo foi observado no grupo de voluntários diabéticos avaliados durante o mestrado e o doutorado de Mirella Gualtieri – ambos com Bolsa da FAPESP.

“Avaliamos cerca de 40 diabéticos que estavam com a doença sob controle e sem qualquer diagnóstico de problema oftalmológico. Era aquele tipo de paciente que deixa o médico feliz, achando que sua visão está normal, mas, ao medir a visão de cores, de contraste e a resposta elétrica da retina, encontramos alterações sérias em cerca de metade deles”, contou Gualtieri.

Durante seu mestrado, Gualtieri tentou verificar se as perdas visuais poderiam estar ligadas à idade, ao tempo de doença, ou ao tipo de controle da glicemia realizado, mas não encontrou correlação. Já no doutorado, verificou que os pacientes com pior desempenho nos testes psicofísicos também apresentavam fatores de risco genéticos para desenvolver retinopatia diabética – doença que causa proliferação anormal de vasos na retina e pode levar à cegueira.

“Trabalhos anteriores haviam mostrado que portadores de determinados polimorfismos em um gene chamado de eritropoietina ou EPO [responsável pela fabricação do hormônio de mesmo nome] apresentam maior propensão a desenvolver retinopatia diabética”, contou Gualtieri.

Se a relação ficar comprovada, avaliou a pesquisadora, a realização dos testes psicofísicos e eletrofisiológicos na fase inicial da diabetes poderá ajudar a triar os pacientes com maior risco de desenvolver retinopatia. “Estudos epidemiológicos indicam que nesses casos, mais do que nunca, é preciso um controle muito rígido da glicemia”, disse Gualtieri.

“O que estamos buscando são indicadores precoces que auxiliem no monitoramento da doença. A avaliação de funções visuais com esses testes também poderia ser útil para a detecção precoce de perdas neurais em diversas enfermidades neurológicas ou que afetam a retina”, afirmou Ventura.

Fonte: Agência Fapesp