Quais as orientações, direitos e sugestões para o cuidado com a saúde dos trabalhadores da saúde.
1. O cuidado com trabalhadores da saúde devem envolver cuidados com a saúde mental:
- acesso prioritário a serviços especializados de atenção à saúde do trabalhador.
- ações de gestão do trabalho voltadas para a sobrecarga que a pandemia produz:
a) volume de trabalho;
b) estigma e da segregação que a doença produz nas pessoas adoecidas e em quem presta cuidados;
c) imaginários mobilizados por notícias sobre o avanço da pandemia e por notícias falsas;
d) interferência que a pandemia produz na vida familiar e social dos trabalhadores;
e) em relação às consequências do distanciamento social e isolamento dos trabalhadores
f) perdas de pessoas próximas e familiares dos trabalhadores da saúde;
g) incertezas que o momento atual produz em quem lida com decisões clínicas por conhecimentos que mudaram rápido, por fake news que espalham boatos e geram insegurança e violência interpessoal
A saúde mental deve ser preocupação permanente da gestão dos serviços e organização do trabalho. Promover um ambiente de trabalho saudável: requer um processo de melhoria de proteção e segurança, saúde e bem-estar dos trabalhadores.
"A confiança tem sido apontada como um dos fatores chaves para o engajamento dos profissionais de saúde no enfrentamento de emergências sanitárias. Quanto maior a confiança nas informações e na proteção individual e coletiva, maior a segurança para o desenvolvimento do trabalhoA equipe se sente estimulada a trabalhar quando tem garantias de que receberá a atenção e assistência quando ela se fizer necessária, tanto por parte do gestor local e do governo, quanto da sociedade como um todo."
2. A gestão local e dos serviços deve garantir:
- fluxos de comunicação clara e objetiva sobre o que está acontecendo no serviço, sistema local de saúde, no Brasil e no mundo;
- a relevância do isolamento como ato de solidariedade;
- espaços seguros para os trabalhadores de saúde receberem cuidados em saúde mental com práticas integrativas e complementares, profissionais especializados;
- acesso a recursos psicofarmacêuticos e comportamentais;
- o medidas de monitoramento da sobrecarga e do estresse relacionado ao trabalho,
- observação de agravos psicológicos e psiquiátricos em virtude do preconceito social e discriminação, bem como do risco de colapso do sistema de saúde;
- medidas de segurança dos profissionais, pois a negação do risco pode ser um recurso mobilizado pelos trabalhadores para administrar o medo e a ansiedade no contato direto com os doentes em grande escala;
- promover formação de redes de apoio social e solidariedade para os profissionais da linha de frente;
3. Recomenda-se que gestores e entidades governamentais planejem destinar cuidados com a família dos profissionais e incentivem ações como:
a) fornecimento de remédios e mantimentos para idosos que vivem sob a responsabilidade dos mesmos,
b) lazer e entretenimento para filhos e crianças que estejam sob sua guarda,
c) prover mecanismos de reconhecimento do trabalho,
d) apoio para em casa, facilitar o acesso do trabalhador a mecanismos de comunicação online com familiares e amigos,
e) ofertar cursos e atividades de educação a distância, entre outros;
f) assegurar horários de sono da melhor maneira possível;
g) facilitar rotinas para as famílias dos profissionais de saúde.
Autora do post: Daniela Maia - psicóloga do CEREST
Texto base: Link para o texto na íntegra da Recomendação número 20 do Conselho Nacional de Saúde (CNS)
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