CENTRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR (Cerest)
O Relatório de Gestão é o
instrumento da gestão e monitoramento do SUS, regulamentado pela Lei
8.142/1990, e pela Lei Complementar 141/2012, utilizado para comprovação da
aplicação dos recursos e apresentação dos resultados alcançados na execução da
Programação Anual de Saúde (PAS). É no Relatório de Gestão e no tratamento dos
dados obtidos que observamos as atividades desenvolvidas com a equipe e os
ajustes necessários para que o trabalho do ano seguinte transcorra da melhor
forma possível.
O ano de 2016 foi mais um
ano de uso e adaptação às ferramentas de banco de dados no CEREST:
- BPA (Boletim de Produção
Ambulatorial)
- CROSS (Central de Regulação de
Ofertas de Serviços de Saúde)
- Banco de Acolhimento (Sistema de
registro de informação dos pacientes atendidos no CEREST)
- Banco de Notificação Rápida (sistema
de informação de produção de dados sobre notificações rápidas de acidente de
trabalho) e
- FINAT (banco de registro de
acidentes de trabalho moderados e graves).
O
uso das bases de dados traz potencialidades ao trabalho, permitindo o registro
dos dados e nos possibilita diversas análises dos mesmos. Mas a adaptação
ferramentas, ou mesmo, as atualizações necessárias conforme uso destas torna o
processo de trabalho mais complexo.
O
BPA é um instrumento de gestão, criado pelo Ministério da Saúde, para as
Unidades Prestadoras de Serviço para transcrição dos quantitativos dos
atendimentos prestados nos ambulatórios. A vantagem é que temos dados que
explicitam as atividades desenvolvidas, mas o programa não permite a inserção
de alguns dados referentes às atividades feitas no CEREST ou ainda tem análises
e cruzamentos de dados reduzidos.
O
CROSS é uma surpresa positiva dentre os sistemas de informação inseridos via
governo, porque é de fácil uso e permite uma análise mais ampla das vagas
ofertadas, utilizadas ou subutilizadas pelo CEREST, bem como, o número de
faltantes.
O
Banco de Acolhimento foi criado em consultoria para o CEREST, a fim de registrar
e organizar dados referentes aos pacientes atendidos. Esse banco nos trouxe
dúvidas na execução da análise de dados no período da edição do Relatório de
Gestão de 2015 pela inexperiência em lidar com ele e também pelos ajustes
necessários para uso do programa. O uso do banco de dados para análises foi
útil e confiável, para a construção do Relatório de Gestão de 2016, tornando-se
mais simples o seu manuseio do que em relação ao ano de 2015.
O Banco de Notificação
Rápida já abrigava aproximadamente 3200 fichas quando, por um erro de operação
do sistema, perdemos todos os dados. A contagem manual, ficha a ficha, nos deu
a dimensão do trabalho que é realizado de forma mais prática quando a análise é
efetuada no próprio computador. Mas, ao invés de suprimir os dados dos
Relatórios optamos por fazer a contagem manual de fichas físicas, para dados
sobre notificação de acidentes.
O
Banco da FINAT é utilizado há tempos pelo CEREST e fora construído sobre o
perfil epi info, se mostrando mais estável no decorrer dos anos e também, já
sofreu muitas adaptações conforme nosso uso, se tornando uma ferramenta útil e
confiável.
Foram
tais bancos de dados que nos permitiram a construção desse relatório e a
percepção de que o uso destas ferramentas de dados é importante, mas um
processo extenso e trabalhoso que necessita do apoio técnico do Núcleo de
Informação desta secretaria.
Além
da maior atenção a produção de dados, o CEREST também viveu um processo de
aproximação das faculdades (UNESP, UNIMAR e FAMEMA). Acredita-se que a formação
do grupo de trabalho destinado a pensar a relação serviço – ensino/escola, na
Secretaria Municipal de Saúde, tenha possibilitado a aproximação do CEREST das
universidades.
A
proximidade com os estudantes seus questionamentos e visão, tem trazido
oxigênio à equipe do CEREST na execução de suas atividades, assim como nos
permite pensar sobre a prática aqui desenvolvida.
Em
2016 também permanecemos na construção de ações de matriciamento com as
unidades de Marília e equipes da nossa área de abrangência. E este exercício
deu visibilidade à morosidade que os processos de trabalho no setor público
vivenciam em períodos de transição política. Com as eleições no fim de 2016
algumas atividades ficaram suspensas, dificultando muitas vezes o trabalho do
CEREST.
Outro
ponto importante a ser ressaltado, é referente à implementação em todo o
processo de implementação do Programa Nacional de Saúde do Trabalhador. Nos
serviços públicos de saúde há uma dificuldade permanente em assumir os
Programas transversais (como saúde do trabalhador, da mulher, da criança) que
se deve a dificuldade de um olhar ampliado na execução das ações de saúde. A
dificuldade é resultado de muitos fatores: o número inadequado de trabalhadores
nos serviços, a dificuldade de realizar planejamento e estratégias, definição
de prioridades e reconhecimento até mesmo do território também interferem na
qualidade das ações de saúde.
Tipo de Procedimento
|
Quantidade realizada
|
2015
|
Acolhimento
(Nível Superior e Médio)
|
345
|
705*
|
Atendimento
Clínica Médica
|
08
|
08
|
Atendimento
Ortopedia
|
634
|
607
|
Acupuntura
|
600
|
875
|
Fisioterapia
|
1179
|
1060
|
Atendimento
de Fonoaudiologia
|
16
|
41
|
Audiometria
|
66
|
51
|
Terapia
Ocupacional
|
173
|
190
|
Atendimento
Psicoterápico
|
144
|
167
|
Inspeções
em Ambientes de Trabalho
|
108
|
175
|
Visita
Domiciliar de Nível Superior
|
123
|
372
|
Visita
Domiciliar de Nível Médio
|
239
|
169
|
Atividade
Educativa para a população
|
144
|
159
|
Instauração
de Processo Administrativo
|
0
|
10
|
Vigilância
em Saúde do Trabalhador
|
868
|
454
|
Atividade
Educativa em Saúde do Trabalhador
|
186
|
266
|
Terapia
em Grupo
|
17
|
48
|
Ações
de articulação de redes intra e intersetoriais
|
0
|
02
|
Matriciamento
|
14
|
0
|
TOTAL
|
4873
|
5534
|
Fonte: Boletim de Procedimentos Ambulatoriais
(BPA)
Ao discutir os itens da
tabela uma queixa comum na equipe é a dificuldade em registrar os procedimentos
por existir muitos números de cartões SUS sem registros, o que impede a
inserção da ação realizada com o paciente no serviço, uma vez que o sistema
trava a digitação. Por exemplo, o número de identificação do paciente está
incorreto ou quando não tem a definição de cor do paciente no sistema nacional
de cartões do SUS que está integrado via internet com o BPA.
Permanece também a
dificuldade em registrar diversas ações realizadas por profissionais do CEREST
que não estão contempladas entre os procedimentos que integram o BPA, bem como,
a dificuldade em registrar determinadas ações para algumas profissões. Por exemplo, o procedimento “ação de
articulação de redes intra e intersetoriais não pode ser registrado para
fisioterapeutas, muito embora eles as façam com freqüência.
Quanto ao número de acolhimentos
registrados no BPA nota-se que este é próximo ao número de primeiras consultas
em ortopedia no ano de 2016. A diferença entre número de acolhimentos e novas
consultas, provavelmente corresponde aos acolhimentos realizados independentes
dos atendimentos de ortopedia, tal como o acolhimento para triagem de
trabalhadores encaminhados pelo Sindicato ou atendidos em outras terapêuticas.
Quanto aos atendimentos,
identifica-se uma queda no número de psicoterapias que está associado ao número
reduzido de encaminhamentos, assim como, uma melhora dos pacientes em
psicoterapia. O que permite a redução de atendimentos, pois os mesmos passam a
ser atendidos a cada quinze ou trinta dias, apenas para acompanhamento antes
que seja dada alta. Em relação a demanda reduzida de encaminhamentos foi
realizada capacitação com os profissionais de saúde mental da rede (UBS e NASF)
com resultados positivos no aumento de encaminhamentos no fim de 2016.
Quanto aos procedimentos
de fisioterapia observa-se um aumento. Esse
aumento é devido ao fato de que nos últimos meses de 2016 as
profissionais de fisioterapia passaram a registrar cada sessão com o código de
atendimento fisioterápico nas alterações motoras (o que já faziam
anteriormente) e o procedimento denominado acompanhamento do paciente portador
de agravos relacionados à saúde do trabalhador, para cada novo paciente
atendido. A inserção desse procedimento elevou o número mesmo que uma das
profissionais de fisioterapia estivesse em licença médica.
Em relação à queda nos
atendimentos de fonoaudiologia, chama atenção a redução do número de terapias
de voz realizadas, em decorrência da diminuição dos encaminhamentos para esta
terapêutica.
A
queda das intervenções de Terapia Ocupacional se deve à greve realizada pela
UNESP além da dificuldade das estagiárias registrarem os procedimentos no BPA.
É de fundamental importância fomentar estratégias de ensino que assegurem a
gestão.
A tabela também evidência
uma queda dos registros de inspeção em locais de trabalho, situação esta
relacionada à diminuição das notificações e registros de acidentes graves no
município de Marília.
Os
dados apresentados apontam para a alteração que fizemos no registro de visita
domiciliar de nível superior. O que era registrado como esse procedimento agora
é registrado como “vigilância em saúde do trabalhador”, o que reduziu o número
de visita domiciliar e incrementou o de vigilância. Essa mudança está em transição,
dois profissionais da equipe ainda registram como “visita domiciliar”, mas irão
modificar esse registrado em 2017.
O
procedimento de “atividade educativa” para população é o código onde
registramos todas as palestras externas quando realizadas por profissionais de
nível superior, já os profissionais de formação nível médio o registro destas
palestras ocorre sob o código de “atividade educativa em saúde do trabalhador”.
Um fator a ser ressaltado é que alguns profissionais não registram
uniformemente esse procedimento, mas uma vez identificada essa situação, iremos
padronizar o registro em 2017.
O procedimento de terapia
em grupo sofre uma queda no ano de 2016 por uma alteração na dinâmica de atendimento
ao grupo. Anteriormente todos os profissionais permaneciam na aula e atualmente
só permanece a profissional responsável pelo dia de trabalho grupal, além
disso, os números desse procedimento identificam apenas o trabalho da psicóloga
e terapeuta ocupacional no grupo, pois esse registro não é permitido às
fisioterapeutas.
O procedimento de
matriciamento é registrado para poucos profissionais, mas ainda sim, expressa
um aumento nos registros em decorrência do direcionamento do trabalho do CEREST
para essa ação.
Com
base nas informações discutidas até aqui, verificamos que o BPA muitas vezes
traz dificuldades em seu registro e consequentemente em apresentar números que
traduzam a realidade de trabalho do CEREST.
Quanto às consultas, no
ano de 2016:
TIPO DE
ATENDIMENTO DO CENTRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR
SEGUNDO O NÚMERO DE REGSITROS EM PRIMEIRA CONSULTA E RETORNO EM 2016
Tipo de atendimento
|
Quantidade
|
%
|
Novo
|
329
|
50,1
|
Retorno
|
328
|
49,9
|
Total
|
657
|
100
|
Temos uma avaliação que
este equilíbrio entre o número de consultas médicas e retornos evidenciam a
eficácia da proposta de atendimento do serviço. No momento não temos demanda
reprimida.
O Sistema CROSS implantado
no mês de Junho/2016 detectou que 82,44% das consultas agendadas foram
realizadas e portanto 17,56% foi o índice de ausência, resultado menor se comparado ao ano anterior.
CARACTERÍSTICAS
DA POPULAÇÃO ATENDIDA EM 2016
Para os levantamentos
apresentados neste item, foram utilizados como fonte dados os relatórios do
programa CROSS e Programa de Registro de Acolhimentos do CEREST.
Segundo o Programa de
Registro de Acolhimentos foram atendidos 329 trabalhadores no ano de 2016.
Desta amostra, observa-se que as trabalhadoras buscam com mais freqüência o
atendimento no CEREST. A idade predominante dos usuários encontra-se na faixa
compreendida entre 45 a 59 anos (44.3%). É importante ressaltar que o número de
trabalhadores que buscaram o CEREST em 2016 com idade entre 50 e 59 anos dobrou
em relação ao ano de 2015. As consultas foram motivadas por problemas
osteomusculares em 96% dos casos.
Em relação ao nível de
escolaridade temos predominância do Ensino Médio Completo, seguidos pela 5º á
8º incompleto
Os registros relacionados à
situação do mercado de trabalho apontam que os trabalhadores atendidos no
Cerest são na sua maioria registrados, mas também ocorre um aumento
significativo nos registros dos trabalhadores autônomos e informais.
TEMPO NA
FUNÇÃO ATUAL DOS TRABALHADORES QUE FORAM ATENDIDOS NO CENTRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR
EM 2016
Tempo na função atual
|
Frequência
|
Percentual
|
01 a 03 meses
|
15
|
2,34%
|
01 a 05 anos
|
273
|
42,66%
|
04 a 12 meses
|
62
|
9,69%
|
06 a 10 anos
|
135
|
21,09%
|
11 a 20 anos
|
98
|
15,31%
|
20 a 30 anos
|
52
|
8,13%
|
30 a 40 anos
|
5
|
0,78%
|
TOTAL
|
640*
|
100,00%
|
Fonte: Fonte: Sistema de Registro de Acolhimento do
CEREST
*Importante ressaltar que este total
diverge do número do total da situação Ocupacional por termos aposentados e
desempregados sem essa informação e pessoas que foram atendidas no ano anterior
e que retornaram no ano de 2016.
Quanto ao tempo na função
atual, 42% dos trabalhadores atendidos estão de 01 a 05 anos na função e 21% estão
de 06 a 10 anos exercendo a atividade. Isso nos permite observar que o
trabalhador está procurando atendimento nos primeiros anos de exercício da
função. Este aumento levanta várias hipóteses:
que o Trabalhador pode estar buscando atendimento precocemente, facilidade do
acesso ao serviço, adoecimento devido o exercício da atividade anterior,
atividades extra laborais, processos de trabalho atrelados a metas e
bonificações, sobrecarga de trabalho, ambientes inadequados para realização das
atividades laborais.
QUANTIDADE DE CONDUTAS REGISTRADAS NO
CENTRO DE REFERÊNCIA EM
SAÚDE DO TRABALHADOR SEGUNDO BANCO DE ACOLHIMENTO EM 2016
Resultado do Atendimento |
Quantidade
|
Alta a pedido
|
30
|
Alta por abandono
|
70
|
Alta por melhora
|
109
|
Alta sem melhora
|
01
|
Alta sem nexo
|
58
|
Avaliado
|
03
|
Em aberto
|
274
|
Enviado para outro serviço
|
61
|
Enviado
para outros serviços sem nexo
|
51
|
Total
|
657
|
Fonte: Fonte: Sistema de Registro de Acolhimento do
CEREST
Ao avaliar os dados da
tabela, encontramos 42% dos casos em abertos seja por estarem em tratamento em
fisioterapia, escola da coluna, terapias ocupacionais, psicoterapia ou
fonoaudiologia. E também por estarem em
lista de espera pela interrupção da realização de exames de imagem (devido ao
aumento da demanda X número de exames pactuados no ano), ou são pacientes que
aguardam tratamentos de fisioterapia há um ano por falta de aparelhos que
precisam ser substituídos.
É necessário também fazer
referência à adesão dos trabalhadores ao tratamento, temos encontrados
dificuldade quanto a adesão dos pacientes seja por dificuldade de
compatibilidade de horário - por estarem ativos no mercado de trabalho - o que
dificulta também a liberação para freqüentar atendimentos ou exames e ainda por
incompreensão da responsabilidade quanto ao auto cuidado. Além disso, muitas
vezes o CEREST não encontra os pacientes os pacientes para agendamento,
provavelmente pela situação ativa no mercado de trabalho.
No ano de 2016 tivemos um
total de 329 primeiras consultas de ortopedia. Destes 296 foram solicitados por Unidades de
Saúde de Marília, 37 pelos sindicatos e 25 por municípios da área de abrangência
do CEREST (Campos Novos Paulista – 11, Guaratã – 06, Alvinlândia – 04 e Oscar
Bressane – 04).
Das Unidades existentes, 06
não realizaram nenhuma referência para o CEREST, são elas: Argolo Ferrão, Avencas/Amadeu
Amaral, Flamingo, Três Lagos, Vila Barros e Santa Antonieta.
O serviço de fonoaudiologia
no ano de 2016 recebeu um total de trinta e sete encaminhamentos para avaliação
audiológica. Desse total, seis vieram encaminhados pela rede básica de saúde,
sendo um paciente pertencente à USF Palmital, dois à USF Santa Antonieta, dois
à UBS Bandeirantes e um da Secretaria da Saúde observando um aumento em relação
ao número de encaminhamentos externos no ano de 2015. Os outros trinta e um
encaminhamentos foram gerados a partir do acolhimento do CEREST, ou seja,
demanda interna, observando-se uma pequena diminuição de sete encaminhamentos
em comparação ao ano de 2015. Dos trabalhadores encaminhados, quinze não foram
avaliados, onde oito mostraram desinteresse por já terem realizado o exame de
audiometria pela empresa através do PCMSO ou por não apresentar queixas e sete
faltaram por duas vezes consecutivas sem justificativa. Em 2016, igualmente em
relação ao ano anterior, foi gerada a abertura de uma notificação compulsória
para PAIR apesar de uma pequena queda no número de visitas de inspeção
realizadas em ambientes de trabalho.
É importante ressaltar que
a sala de audiometria ficou desativada durante os três primeiros meses do ano
de 2016, por conta da reforma, com a cabine acústica desmontada e os aparelhos
com calibração vencida.
Neste ano como estratégia
realizamos um projeto piloto de Matriciamento em Educação em ST na UBS –
Bandeirantes para tentarmos uma aproximação com a Unidade, bem como conhecer no
universo de encaminhamentos gerados na área de otorrino e realizar um
levantamento de possíveis casos para investigação de casos ocupacionais. Foram
analisados 79 e destes selecionados 07 dos quais 01 compareceu ao Cerest, 02
não foram encontrados, 02 já tinham solucionado o problema e os outros 02
faltaram à avaliação. Percebemos uma avaliação prejudicada pois metade dos
pacientes identificados não foram avaliados conforme o proposto.
Neste ano de 2016
realizamos 06 grupos de Escola da Coluna. A convocação dos pacientes para o
grupo é o primeiro fator avaliado, neste ano, dos 48 pacientes convocados
apenas 21 (44%) comparecem ao primeiro dia de grupo, ou seja, 56% dos
convocados não comparecem ao início do tratamento, ainda que confirmem por
telefone que virão. Dos que iniciam o tratamento apenas 04 pacientes (19%) o abandonam.
Os demais 17 pacientes (81%) melhoram com a estratégia terapêutica.
Estes dados nos permitem
afirmar que embora a adesão ao grupo e a eficiência da estratégia terapêutica
seja observada, há um absenteísmo para dar início ao tratamento, fato que
deverá ser analisado com o objetivo de melhorar a taxa referente a pacientes
que iniciam o tratamento com a Escola da Coluna.
RELAÇÃO
DE EXAMES COMPLEMENTARES REALIZADOS PELO CEREST DURANTE O ANO DE 2016
TIPOS DE EXAMES |
QUANTIDADE
|
Eletroneuromiografia
|
59
|
Exames Laboratoriais
|
09
|
Outros exames
|
03
|
Ressonância
|
28
|
Raio X de coluna
|
80
|
Raio X membros inferiores
|
32
|
Raio X membros superiores
|
19
|
Rx outros
|
04
|
Tomografia
|
05
|
Ultrassom de Cotovelo
|
45
|
Ultrassom de Joelho
|
04
|
Ultrassom de Mão
|
16
|
Ultrassom de Ombro
|
127
|
Ultrassom de Punho
|
36
|
Ultrassom de Quadril
|
10
|
Ultrassom de Tornozelo
|
-
|
Total |
477
|
Fonte: Fonte: Sistema de Registro de Acolhimento do
CEREST
Com relação ao aumento do
número de exames no ano de 2016, percebemos que o perfil de queixas dos
pacientes sofreu alteração. Houve um aumento do número de queixas
osteomusculares (poliarticulares) por paciente, o que pode estar relacionado a
sobrecarga de trabalho naqueles que se mantiveram no emprego por redução de
quadro de funcionários nas empresas.
Também nesse período identificamos
encaminhamentos para outros ambulatórios especializados: Coluna 20,
Fisioterapia Central 69, Joelho 04, Mão 26, Ombro 29, Ortopedia Geral 10,
Reumatologia 02, Tratamento Externo 01.
Quanto aos
encaminhamentos, em relação ao ano anterior, houve um aumento significativo nas
referências para outros serviços. Esses números apontam para um maior grau de
complexidade dos casos dos pacientes que chegaram ao CEREST gerando
encaminhamentos para procedimentos cirúrgicos e tratamentos em outros serviços
por falta de nexo entre o adoecimento e o trabalho, além das doenças
degenerativas. Esse dado correlaciona-se com a faixa etária predominante nos
pacientes que recebem atendimento no serviço, sendo aproximadamente 40% acima
dos 45 anos de idade.
Quando os pacientes possuem,
concomitantemente, doença relacionada ao trabalho e doenças degenerativas
mantém-se em tratamento no CEREST e são encaminhados a Fisioterapia Central e
Ambulatório de Ortopedia Geral para o tratamento da patologia sem nexo laboral.
REGISTROS DOS ACIDENTES DE TRABALHO
GERADOS PELA UNIDADE DE SAÚDE, EM MARÍLIA NO ANO DE 2016
Nº. de Fichas
|
Forma como
foram geradas as FINAT’s
|
234 |
Através da Notificação Rápida
(moderados e graves)
|
283 |
Através de Fichas do SINAN
|
26
|
Demanda Espontânea nas Unidades
|
543
|
TOTAL
|
Fonte: Banco de Dados da FINAT e Ficha de Notificação de Suspeita de
Acidente de Trabalho – Cerest
Neste ano há uma mudança
na forma como foram geradas as FINAT’s, tem-se um aumento da ordem de 22,5% de
registros gerados por meio da Notificação Rápida com relação ao ano anterior e
uma diminuição tanto nos registros gerados por meio do SINAN quanto por demanda
espontânea. Notamos ainda o número maior de registros de fichas do SINAN em
relação aos da Notificação Rápida, isto porque em alguns casos, o órgão
notificador registra o acidente diretamente por meio da ficha do SINAN.
Recebemos um total de 3365
Fichas de Notificação Rápida de Suspeita
de Agravos de Acidente de Trabalho gerada através dos atendimentos das portas
de entrada do município de Marília. Número este inferior aos anos anteriores,
porém, em termos de eficiência de investigação dos acidentes, o índice tem
aumentado, ou seja, menos fichas têm ficado sem investigação.
Ao somarmos o total de
fichas de acidentes de grau grave e moderado geradas por meio da Notificação
Rápida (234), com as fichas de grau leve (2117), obtivemos um índice de
investigação de 70% do total de fichas registradas de Notificação Rápida, que demonstra
que a mudança dos fluxos realizada no ano anterior tornou-se eficaz.
SUSPEITA
DE ACIDENTES DE TRABALHO NOTIFICADOS NOS ATENDIMENTOS DAS UNIDADES SENTINELAS
DO MUNICÍPIO DE MARÍLIA EM 2016
Unidade Notificante |
Nº.
|
%
|
Santa Casa
|
51
|
1,5
|
Pronto Atendimento (Zona Sul)
|
1009
|
30,0
|
Hospital das Clínicas
|
1299
|
38,6
|
SAMU
|
00
|
0,00
|
UPA (Zona Norte)
|
921
|
27,4
|
ABHU
|
51
|
1,5
|
UNIMED
|
02
|
0,1
|
OUTROS
|
32
|
0,9
|
Total
|
3365
|
100,0
|
Fonte: Finat –
Ficha de Notificação Rápida de Acidente de Trabalho
Das notificações rápidas
enviadas, o maior número delas é
proveniente do Hospital das Clínicas com 39%, por se tratar de referência SUS.
Já referente ao segundo maior
notificador, houve uma mudança em 2016 com relação aos anos anteriores que era
o Pronto Atendimento da Zona Norte e agora passa a ser o Pronto Atendimento da
Zona Sul com 30%, seguido da UPA (Zona Norte) com 27%. Somados, os três
totalizam 96% das notificações rápidas enviadas. Importante relatar que tanto o
Pronto Atendimento da Zona Sul, quanto a ABHU registraram aumentos nas
notificações com relação ao ano anterior, sendo 34,5% e 50% respectivamente
esse aumento, o que atribuímos no caso da ABHU, a sensibilização da equipe de
Vigilância do Hospital.
ACIDENTES
DE TRABALHO REGISTRADOS NO CEREST, SEGUNDO TIPO DE ACIDENTE OCORRIDO NO
MUNICÍPIO DE MARÍLIA EM 2016
Unidades de Saúde |
Típico
|
Doença
Ocupacional
|
Trajeto
|
TOTAL
|
UAS
Santa Antonieta
|
12
|
0
|
7
|
19
|
UBS Castelo Branco
|
9
|
0
|
4
|
13
|
UBS J.K.
|
4
|
0
|
4
|
8
|
UBS Alto Cafezal
|
12
|
0
|
4
|
16
|
USF Jóquei Clube
|
1
|
0
|
0
|
1
|
CEREST
|
143
|
124
|
64
|
331
|
UBS Planalto
|
14
|
0
|
5
|
19
|
USF Padre Nóbrega
|
10
|
0
|
0
|
10
|
USF Altaneira
|
0
|
0
|
0
|
0
|
UBS Bandeirantes
|
6
|
0
|
0
|
6
|
UBS Chico Mendes
|
4
|
0
|
1
|
5
|
UBS São Miguel
|
3
|
0
|
1
|
4
|
USF Jânio Quadros
|
0
|
0
|
0
|
0
|
USF Figueirinha
|
0
|
0
|
0
|
0
|
USF Vila Barros
|
0
|
0
|
0
|
0
|
USF Lácio/A. Amaral
|
5
|
0
|
1
|
6
|
USF Aeroporto
|
2
|
0
|
3
|
5
|
USF Santa Paula
|
8
|
0
|
4
|
12
|
USF Vila Hípica
|
0
|
0
|
0
|
0
|
USF Palmital
|
1
|
0
|
0
|
1
|
USF Aniz Badra
|
1
|
0
|
0
|
1
|
USF Prim./Pq.Nações
|
2
|
0
|
1
|
3
|
USF Rosália
|
2
|
0
|
0
|
2
|
USF Avencas/Flamingo
|
1
|
0
|
0
|
1
|
USF Jd. Cavalari
|
1
|
0
|
1
|
2
|
USF Vila Real
|
6
|
0
|
3
|
9
|
USF CDHU
|
2
|
0
|
0
|
2
|
USF Tóffoli
|
4
|
0
|
1
|
5
|
USF Pq. dos Ipês
|
2
|
0
|
1
|
3
|
USF Santa Augusta
|
4
|
0
|
3
|
7
|
UBS Nova Marília
|
5
|
0
|
1
|
6
|
USF Vila Nova
|
0
|
0
|
2
|
2
|
USF Marajó
|
5
|
0
|
3
|
8
|
USF
Santa Antonieta II
|
4
|
0
|
1
|
5
|
USF Julieta
|
1
|
0
|
1
|
2
|
USF Jd. Flamingo
|
0
|
0
|
1
|
1
|
USF N. Horizonte
|
0
|
0
|
0
|
0
|
USF Jd. Marília
|
2
|
0
|
0
|
2
|
USF Três Lagos
|
0
|
0
|
0
|
0
|
UBS São Judas
|
0
|
0
|
0
|
0
|
USF Jd. América IV
|
9
|
0
|
2
|
11
|
USF
C. Belo (SH/DIR)
|
0
|
0
|
0
|
0
|
USF Jd. Renata
|
1
|
0
|
1
|
2
|
USF Jd. Teruel
|
0
|
0
|
1
|
1
|
UBS Argolo Ferrão
|
2
|
0
|
0
|
2
|
UBS Costa e Silva
|
9
|
0
|
0
|
9
|
UBS Cascata
|
1
|
0
|
0
|
1
|
USF Primeiro de Maio
|
0
|
0
|
0
|
0
|
TOTAL |
298
|
124
|
121
|
543
|
Fonte: Finat
– Ficha de Notificação de Acidente de Trabalho
Temos um pequeno aumento em relação ao número
de notificações registradas. Já em relação às doenças, há um aumento de 42,5% nas
notificações advindas do CEREST, fato este que pode ser associado à melhora dos
encaminhamentos. Chama atenção de que as Unidades de Saúde não conseguem fechar
nenhuma suspeita e nem diagnóstico de agravo relacionado à Saúde do Trabalhador.
ACIDENTES
DE TRABALHO REGISTRADOS ATRAVÉS DA FINAT, SEGUNDO CLASSIFICACAO DO AGRAVO NO
MUNICÍPIO DE MARÍLIA EM 2016
CLASSIFICAÇAO
(Grau de Risco)
|
Nº. de Registros
|
MODERADO
|
343 (63,2%)
|
GRAVE
|
193 (35,5%)
|
FATAL
|
07 (1,3%)
|
Total
|
543
|
Fonte: Finat – Ficha de Notificação de Acidente de Trabalho
Os acidentes moderados
aumentaram em 22,5% enquanto os acidentes graves diminuem em 22%, diretamente
proporcional a redução de Acidentes de Trajeto. O que nos chamou muita atenção
neste ano particularmente foi o aumento de 250% para os acidentes fatais.
Os Acidentes de trânsito sofrem
uma queda de 23% em relação aos anos anteriores, sendo esta atribuída ao
empenho da Política Estadual, bem como municipal na redução destes agravos. A
nossa atuação foi viabilizar o projeto de “Redução de Acidentes de Trânsito” em
alguns setores produtivos, uma vez que outros já haviam realizado algum tipo de
ação.
Do total de acidentes
moderados, 30 destes foram identificados através do Sindicato da Alimentação
por meio de abertura de CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho).
Em relação ao
preenchimento dos SINAN’s gerados pelas Unidades de Saúde temos um total de 22
fichas, realizados pelas UBS’s: Alto Cafezal (7), Planalto (5), JK (1), Costa e
Silva (1) e Nova Marília (1); das ESF’s são: Marajó (2), Santa Augusta (2),
Parque dos Ipês (1) e Santa Paula (1); e UAS Santa Antonieta (1) que representa
um número pequeno com relação ao total de notificações.
Em relação ao total de
registros oficiais registrados temos: 117 LER/DORT, 07 Transtornos Mentais, 01
PAIR, 253 Acidentes por material biológico e 01 Intoxicação Exôgena e 289
Acidentes Graves, Fatal e com menores de 18 anos. Lembrando que estes dados
foram selecionados por local de residência e notificação município de Marília.
Em relação às ações de
vigilância realizadas pelo Cerets quanto investigação através das fichas de
SINANs advindas do HC conseguimos identificar que de 154 fichas, 28 fichas ou
seja, 18% destas não foram possíveis de investigação devido informações
incompletas, endereços incorretos e pacientes não encontrados. Realizamos 126
investigações, onde 120 (78%) resultaram o preenchimento completo da ficha e 6
(4%) não foram classificadas como acidente de trabalho.
Foram
realizadas 35 inspeções em ambiente de trabalho, 15 inspeções geradas através
de notificação do SINAN ao CEREST, 09 geradas pelo Ministério Público do
Trabalho de Bauru, 04 delas por meio de denúncia e 07 para estabelecimento de
Nexo Causal.
Com relação aos acidentes
graves, foram notificados e registrados em banco de dados 193 acidentes, sendo
estes divididos em: fratura (154), amputação (11), contusão (08), queimadura
(06), FCC (05), esmagamento (02), politraumatismo (02), lesão ocular (02), perfuração
(01), entorse (01), TCE (01).
ACIDENTES DE TRABALHO REGISTRADOS NO
CEREST, SEGUNDO SEXO E TIPO DE ACIDENTE NO MUNICÍPIO DE MARÍLIA NO ANO DE 2016
SEXO
|
TÍPICO
|
DOENÇA
OCUPACIONAL
|
TRAJETO
|
TOTAL
|
FEMININO
|
64
|
83
|
44
|
191
|
MASCULINO
|
234
|
41
|
77
|
352
|
TOTAL
|
298
|
124
|
121
|
543
|
Fonte: Finat -
Ficha de Notificação de Acidente de Trabalho
As causas mais recorrentes
de registro de acidentes envolvendo o sexo feminino em relação a LER/DORT são:
movimentos repetitivos no desenvolvimento da atividade laboral (46%) e ritmo
excessivo no trabalho (32%), totalizando 78% dos registros. Com relação à
ocupação, 11% empregadas domésticas nos serviços gerais e 29% são faxineiras,
ou seja, 40% destas estão relacionadas, de acordo com a Classificação Nacional
de Atividades Econômicas – CNAE, com o serviço de empregado doméstico em residência.
Supõe-se que estes dados são reflexos da nova situação trabalhista, que alterou
o regime de contrato da empregada doméstica trazendo novos encargos
trabalhistas que causaram demissões e as mesmas passaram a ser faxineiras, que
ao nosso olhar trata-se de uma atividade laboral considerada pesada.
ACIDENTES
DO TRABALHO REGISTRADOS ATRAVÉS DA FINAT, SEGUNDO FAIXA ETÁRIA E TIPO NO
MUNICÍPIO DE MARÍLIA EM 2016
Faixa Etária
|
TIPO
TÍPICO
DOENÇA TRAJETO
|
Quantidade de Acidentados
|
|||||
14 – 19 anos
|
|
45
|
|||||
20 – 24 anos
|
|
75
|
|||||
25 – 29 anos
|
|
54
|
|||||
30 – 34 anos
|
|
66
|
|||||
35 – 39 anos
|
|
61
|
|||||
40 – 44 anos
|
|
67
|
|||||
45 – 49 anos
|
|
73
|
|||||
50 – 54 anos
|
|
47
|
|||||
55 – 59 anos
|
|
32
|
|||||
60 – 64 anos
|
|
19
|
|||||
65 ou +
|
|
04
|
|||||
Total
|
298
|
124
|
121
|
543
|
|||
Fonte: Finat – Ficha de Notificação de Acidente de Trabalho
Dos acidentes ocorridos com menores
18 anos, cinco deles ocorreram no trajeto, sendo um trabalhador de 15 anos, um
de 16 anos e três de 17 anos. Nos doze
acidentes (típicos), sete foram com trabalhadores de 16 anos e cinco com de 17
anos.
Ao realizar uma análise
dos acidentes ocorridos com trabalhadores menores de 18 anos, observa-se a
prevalência dos acidentes típicos, sendo eles (70%), enquanto (30%) foram no
trajeto. Vale ressaltar que o número de acidentes com jovens diminuiu em
concordância com a queda do número total de acidentes registrados pelo CEREST
no ano de 2016 se comparado ao ano anterior.
O ramo de atividade que mais emprega os trabalhadores
jovens que se acidentaram continua sendo os Supermercados (Comércio).
Sabemos que no
Brasil é permitido o trabalho para os maiores de 16 anos, entretanto esses não
podem exercer trabalho noturno, insalubre ou perigoso, até que completem 18
anos. Para maiores de 14 anos é permitido trabalhar sob condições especiais
monitoradas por instituições profissionalizantes que oferecem o trabalho em condição
de aprendiz (EC nº. 20/1998).
Ao avaliarmos nosso banco de dados, constatamos que o
jovem acidentado de 15 anos está inserido no mercado informal, ou seja, sem
vínculo com instituições profissionalizantes que oferecem o trabalho na
condição de aprendiz. Estes casos são mais difíceis de intervir, pois
geralmente estão locados em empresas familiares que fazem uso da mão de obra
infantil por meio de um discurso que confere ao trabalho caráter protetor e
disciplinador. Já os jovens de 16 e 17 anos, estão inseridos no mercado formal,
porém, ao analisar os acidentes ocorridos, notamos que estão desempenhando
atividades práticas, sem licença ou autorização as quais deveriam ser
ministradas apenas por jovens de dezoito a vinte e quatro anos.
ACIDENTES DE TRABALHO FATAIS
REGISTRADOS NO CEREST, OCORRIDOS EM MARÍLIA NO ANO 2016
Número
|
Diagnóstico
|
01
|
ASFIXIA POR CORDA (PESCOÇO) –
ACIDENTE TÍPICO
|
02
|
ASFIXIA POR VAZAMETO DE GÁS –
ACIDENTE TÍPICO
|
01
|
ESMAGAMENTO DO TÓRAX – ACIDENTE TÍPICO
|
01
|
TCE PROVOCADA P/ COLISÃO – ACIDENTE TRAJETO
|
01
|
TCE PROVOCADA P/ EXPLOSÃO – ACIDENTE TÍPICO
|
01
|
TCE PROVOCADA P/ AGRESSÃO – ACIDENTE TÍPICO
|
Fonte:
Finat – Ficha de Notificação de
Acidente de Trabalho
Dos acidentes com óbito
notificados, apenas no caso do acidente de trajeto não realizamos intervenção
no local da ocorrência, porém através da visita domiciliar realizamos
orientações cabíveis ao caso. Nos outros casos foram realizadas orientações
técnicas (alterações de estratégias na realização da atividade laboral, adoção
de barreiras e outras medidas protetivas) e educativas com o objetivo de evitar
novas ocorrências.
ACIDENTES DE TRABALHO SEGUNDO O RAMO
DA ATIVIDADE, DETERMINADO PELO CÓDIGO NACIONAL DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS – CNAE
OCORRIDOS EM MARÍLIA NO ANO DE 2016
Ramo da Atividade
|
Quantidade
|
Porcentagem
|
Agricultura,
Pecuária, Prod. Florestal, Pesca
|
11
|
2,0
|
Indústria Extrativa
|
00
|
0,0
|
Indústrias de Transformação
|
146
|
27,0
|
Eletricidade e Gás
|
00
|
0,0
|
Água, Esgoto, Ativ.
de Gestão de Resíduos
|
06
|
1,1
|
Construção Civil
|
57
|
10,5
|
Comércio em Geral e Reparação de Veículos
|
122
|
22,5
|
Transporte,
Armazenagem e Correio
|
16
|
3,0
|
Alojamento e
Alimentação
|
24
|
4,4
|
Informação e
Comunicação
|
04
|
0,7
|
Ativ. Financeiras,
de Seguros e Serviços
|
07
|
1,2
|
Atividades
Imobiliárias
|
02
|
0,4
|
Ativ.
Profissionais, Científicas e Técnicas
|
07
|
1,3
|
Ativ.
Administrativas e Serviços Complem.
|
26
|
4,8
|
Administração
Pública, Defesa e Seguridade
|
26
|
4,8
|
Educação
|
10
|
1,8
|
Saúde Humana e
Serviços Sociais
|
31
|
5,7
|
Artes, Cultura,
Esporte e Recreação
|
05
|
0,9
|
Outras Atividades e
Serviços
|
14
|
2,6
|
Serviços Domésticos
|
29
|
5,3
|
Total
|
543
|
100,0%
|
Fonte: Finat – Ficha de Notificação de Acidente de Trabalho
De
acordo com o CNAE, os ramos de atividades que mais expõe os trabalhadores ao
risco tanto de acidentes quanto às doenças ocupacionais vem se repetindo nos
últimos anos:
1) Indústrias
de Transformação, com 146 (27%) acidentes;
2) Comércio,
com 122 (22,5%) acidentes; e
3) Construção
Civil, com 57 (10,5%) acidentes.
Os
três ramos representam 60% das notificações de acidente de trabalho no
município de Marília e dentre os riscos de acidentes, 70% deles são ocasionados
por agentes mecânicos. Desta forma, serão apresentadas a seguir, dentre as
causas mecânicas, quais têm maior incidência dentro dos três ramos de atividade
com maior número de acidentes registrados.
No
segmento Indústria de Transformação as que tiveram a maior incidência foram: máquinas
e equipamentos (29%), seguidos por trânsito (27%), queda de objetos, colisão
contra objetos e outras causas, cada uma delas representando 10% do total de
registros. Já no Comércio, os acidentes mais registrados foram relacionados aos
acidentes de trânsito (42%), seguido por máquinas e equipamentos (19%) e por quedas
de altura (6%). No setor da construção civil os acidentes com maior registro
foram relacionados a queda de altura (36%), seguido por queda de objetos (23%)
e por máquinas e equipamentos (16%) .
Diferente dos anos anteriores, onde a maior
incidência de acidentes nos três ramos de atividade em destaque tinha como
causa o acidente de trânsito, o único setor em que a causa trânsito ainda se
destaca é no Comércio.
AÇÕES LOCAIS, MATRICIAMENTO E
REGIONAL
No
âmbito do fortalecimento da articulação intra-setorial foi realizada
sensibilização de 24 profissionais da vigilância sanitária do município de
Marília para a incorporação das práticas de avaliação, controle e vigilância
dos riscos ocupacionais existentes nas empresas e estabelecimentos. Foi um
encontro com cada área regulada e também foi instituída uma agenda periódica.
Foram mantidos encontros periódicos
também neste ano com os profissionais da atenção básica, vigilância sanitária e
vigilância epidemiológica dos municípios da área de abrangência do CEREST. Do total de municípios que compõe o
território de abrangência do CEREST, apenas 13 municípios participaram. Alguns
fatores podem ter contribuído para este fato como a epidemia de dengue e a
restrição de gastos com viagens por parte das administrações municipais e falta
de incentivo da gestão para participação.
Segundo
dados fornecidos pelo GVE Marília e GVE Assis no ano de 2016 foram realizadas
846 notificações de agravos relacionados
à saúde do trabalhador na área de abrangência do CEREST.
CAPACITAÇÕES, TREINAMENTOS E EVENTOS
1.
Sensibilização
da Coordenação e Equipe da UPA – Norte de Marília quanto ao diagnóstico e
notificação dos agravos relacionados à saúde do trabalhador;
2.
Sensibilização
das portas de entrada do município de Chavantes quanto a identificação, diagnóstico e notificação de
casos de agravos relacionados ao trabalho e estabelecimento de fluxo no
município;
3.
Sensibilização
das equipes de NASF quanto ao Programa Municipal de Saúde do Trabalhador e
pactuação de fluxos de encaminhamentos para os casos identificados;
4.
Sensibilização
da Equipe da VISA municipal em relação á implementação das ações de saúde do
trabalhador na rotina de trabalho e estabelecimento de espaço permanente para
discussão.
5.
No
dia 28 de abril: distribuição de materiais educativos para sensibilização ao
dia;
6.
Realização de encontros periódicos com 08 municípios
da CIR Ourinhos e 06 municípios da CIR Marília com enfoque no acompanhamento das
atividades implementadas de Saúde do Trabalhador com as vigilâncias (cerca de 34
participantes);
7.
Capacitação
dos profissionais da Atenção Básica da CIR Ourinhos em Saúde do Trabalhador;
8.
Participação
e Acompanhamento dos Fóruns de Acidentes do Trabalho;
9.
Ações
Estratégicas de sensibilização quanto ao Programa de erradicação do Trabalho
Infantil, juntos aos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) Leonel
Brizolla de Marília;
10.
Participação de reuniões do Comitê Regional de
Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas de Marília e Região;
11.
Retomada
do Projeto voltado para o trânsito, com a participação de encontro na CIESP;
12.
Recepção
e sensibilização dos alunos do Programa de Educação para o Trabalho (PET)
Trampolim – SENAC;
13.
Participação
nas SIPAT: em Marília na empresa de alimentos Ikeda, SESl e empresa ECP no município de Garça;
14.
Ministramos
palestra na Universidade Católica de Marília – curso de Engenheiros de
Produção;
15.
Ministramos
Palestra no município de Vera Cruz no Projeto GURI;
16.
VII
Encontro Nacional das Comissões Intersetoriais de Saúde do Trabalhador e da
Trabalhadora – São Luiz do Maranhão;
17.
Participação
na II Reunião conjunta com de Saúde Mental e Saúde do Trabalhador;
18.
Participação
do Encontro Estadual das Ações Estratégicas do Programa de Erradicação do
Trabalho Infantil, representante da Saúde do Município de Marília;
19.
Participação
do I Seminário Internacional de Ergonomia da atividade – questões de saúde e
segurança no trabalho;
20.
Capacitação
do profissional de Psicologia e Fonoudiologia na abordagem a violência Infantil;
21.
Participação
como Delegado Nacional no Encontro sobre as devolutivas das propostas da IV
Conferencia Estadual de Saúde do Trabalhador e IV Conferencia Nacional de ST.
22.
Apresentação
de Trabalho no XVI Congresso Nacional ANAMAT 2016;
23.
Participação
na Oficina Atenção Integral a Saúde do Trabalhador no SUS: Reflexões sobre a
assistência ao trabalhador;
24.
Participação
ativa na Comissão de Erradicação ao Trabalho Infantil da Secretaria Municipal
de Assistência Social de Marília;
25.
Participação
de Projeto do Comitê Regional da Zona SUL – Marília sem Dengue: Segurança no
Trabalho dos catadores de recicláveis;
26.
Visita
Técnica dos alunos da ETEC – Escola Técnica Estadual Antônio Devisate de
Marília;
27.
Palestras
ministradas durante o Projeto de Integração Ensino Serviço: Unimar e UNESP;
28.
Apresentação
de Trabalho do V Fórum Trabalho e Saúde – Terceirização, precarização do
trabalho e saúde do trabalhador no Brasil;
29.
Ministramos
Palestra sobre Ergonomia e Ambiente de Trabalho no CEO- Centro de
Especialidades Odontológicas.
30.
Ministramos
uma palestra na ABHU durante a Programação do movimento Abril verde.
31.
Participação
no Curso “Atuação Fonoaudiológica no Serviço Público”,
32.
Participação
na Campanha Nacional de Alerta ao Zumbido com panfletagem nos dias 30/11 na
UNESP e 01/12 no CEREST,
33.
Capacitação
da profissional fonoaudióloga em BERA na UNESP,
34.
Matriciamento
na UBS Bandeirantes na área de fonoaudiologia com o objetivo de orientações
sobre a PAIR por conta da subnotificação.
PROPOSTAS PARA 2017
1.
Fomentar
discussões na Comissão do PETI para elaboração de estratégias para diante dos
dados encontrados na ação de reconhecimento dos agravos de saúde do trabalhador
na rede de ensino com os trabalhadores;
2.
Expandir o
projeto de matriciamento da Atenção Básica e, Saúde do Trabalhador no município
de Marília, considerando as Unidades com alunos para reforçar a integração
ensino serviço e Unidades que não realizaram nenhum encaminhamento para o
Cerest no ano de 2016 (Argolo Ferrão, Avencas/Amadeu Amaral, Flamingo, Três Lagos,
Vila Barros e Santa Antonieta II e
III)
3.
Ampliar as
estratégias de captação de suspeitos de agravos relacionados ao trabalho na
atenção primária e secundária em relação às perdas auditivas, dermatoses, saúde
mental durante o matriciamento nas Unidades para identificar casos novos;
4.
Contratação
de prestadores para a realização de exames complementares de acordo com a
demanda atual;
5.
Manutenção
do apoio técnico para o desenvolvimento e implementação de programa para aprimorar
o registro e análise do banco de dados do acolhimento e Notificação com consultoria
externa;
6.
Para a
Vigilância dos acidentes implantar planilha para registro das inspeções bem
como elaborar relatório de nexo e fazer os encaminhamentos necessários
(prontuário e empresa);
7.
Prosseguir
com a educação permanente nos municípios integrantes da CIR Ourinhos e CIR
Marília (AB e Vigilância);
8.
Propor
reunião com a Vigilância Epidemiológica com os Hospitais e Pronto Atendimentos
para promover a integração da Saúde do Trabalhador no processo de Vigilância em Saúde realizando devolutiva
das notificações (Intensificar notificação do privado);
9.
Discussão
com VE para propor a descentralização do SINAN, proporcionando o registro da
unidade notificante na abertura do SINAN e Estabelecer fluxo dos ATs Biológicos
para termos acesso as informações;
10.
Realizar
sensibilização das instituições que estão vinculadas ao Programa Menor Aprendiz
quanto aos riscos de acidentes com esses trabalhadores;
11.
Viabilizar
o Sistema de captação dos recursos de penalidade advindos do ato administrativo
realizado pelo Cerest;
12.
Promover
espaço junto a CIST de discussão e elaboração de estratégias frente aos
indicadores apontados neste relatório relacionados à subnotificação dos
agravos. (Discutir sobre o envio das CATs pelos Sindicatos).
13.
Organizar o VI Encontro Regional
de Saúde do Trabalhador;
14.
Organizar as
atividades do dia 28 de Abril – Dia Mundial em memória as vítimas de Acidentes
de trabalho;
15. Dar continuidade na divulgação de dados de
vigilância em saúde do Trabalhador no Blog e outro meio de comunicação (e mails das Unidades de Saúde);
16.
Avaliar os novos programas implantados referente aos bancos de dados do acolhimento e
Notificação Rápida trimestralmente;
17.
Intensificação
da realização de visita de nexo para os pacientes que estão em atendimento
neste serviço e elaborar critérios para atribuição ou não de nexo;
18.
Capacitar Controle
Social (COMUS e CIST) quanto a Política de Saúde do Trabalhador;
19.
BPA rever
registros de informações:
- Implantar forma de registro dos
procedimentos de terapia ocupacional realizados pelos estagiários para que
tenhamos produção;
- Padronização do uso dos códigos
para Educação em saúde do Trabalhador e Educação em Saúde;
- Implantar a planilha para registro
de procedimentos da gestão.
20. Avaliar o motivo de ausência dos pacientes para começar a escola da
coluna;
21. Realização de palestras durante o
ano com temas vaiados para os profissionais de saúde de Marília e Região;
22. Acompanhar o indicador de ST em
2017 promovendo ações para o cumprimento da meta estabelecida pelo Ministério
da Saúde;
23. Promover estudo epidemiológico
dos agravos registrados no SINAN na abrangência do CEREST com intuito de rever
subnotificação devido o entendimento dos critérios necessários para abertura da
ficha.
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