segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Atenção Frentistas! Produto Cancerígeno faz parte de sua rotina!



Comissão estuda ampliar vigilância à saúde de trabalhadores expostos ao benzeno

Protocolo utilizado, criado em 2001, deve ser atualizado com a inclusão de mais um parâmetro para quantificar a exposição ao solvente que pode causar doenças graves
por Cida de Oliveira, da RBA (26/07/2014).




Os frentistas estão entre os trabalhadores com a saúde mais afetada pelo benzeno.
Ao abastecer um carro, o frentista está exposto aos vapores de diversas substâncias que compõem a gasolina, entre elas, o benzeno. A exposição torna-se maior com outras atividades no posto, como transferir para reservatórios subterrâneos o combustível trazido da distribuidora e se acumula conforme o tempo de serviço nesses ambientes. Não há "paninho" em volta da mangueira que dê jeito.
comum trabalhador reclamando de dor de cabeça, cansaço, tontura, irritação nos olhos e na pele, ânsia de vômito. Além de tudo isso, as frentistas correm outros perigos. A gente sabe que, durante a gravidez, o benzeno pode até causar abortos e mal formações" diz o secretário-geral do Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo de Campinas e Região (Sinpospetro), Raimundo Nonato de Souza, o Biro.
Assim como os frentistas, trabalhadores da extração e refino de petróleo, petroquímicas, siderúrgicas e outras empresas que utilizam benzeno na produção estão expostos aos riscos à saúde causados pelo agente químico. Volátil, inflamável e explosiva, essa substância derivada do petróleo, também presente em óleos lubrificantes, querosene, solventes, tintas, asfalto e na queima de carvão mineral, pode causar males ainda mais graves que os listados por Biro: com o passar do tempo, podem levar a dificuldades respiratórias, convulsões, perda de consciência e diversas doenças no sangue que podem matar, como a leucemia.
Todo esse dano à saúde é conhecido desde a década de 1930, mas só em 1994 o governo brasileiro incluiu na categoria dos agentes cancerígenos a substância para a qual não existe limite seguro de exposição. No ano seguinte, trabalhadores, governo e empregadores brasileiros assinaram o Acordo do Benzeno.
O documento instituiu a Comissão Nacional Permanente do Benzeno, com comissões regionais e toda uma legislação para regulamentar a produção, uso e a segurança dos trabalhadores. Entre elas, a permissão do uso somente em setores nos quais o agente ainda não pode ser substituído, como extração e refino de petróleo, petroquímicas, indústrias gráficas, calçadistas, de couro, tintas e vernizes.
"Outro avanço trazido é a obrigatoriedade de cadastramento dessas empresas, que ficam obrigadas também a acompanhar periodicamente a saúde dos trabalhadores do setor. A cada seis meses, eles fazem exame de sangue", explica a tecnologista Elisabeth Aparecida Trevisan, da Fundação Jorge Duprat e Figueiredo (Fundacentro), vinculada ao Ministério do Trabalho e Emprego.

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