terça-feira, 28 de abril de 2020

Detenhamos a pandemia: a segurança e saúde no trabalho pode salvar vidas

Nos últimos meses as atenções do mundo todo de volta para um grande problema: A Pandemia de Covid-19. A necessidade é tamanha que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) determinou como tema para o 28 de abril a seguinte proposição:

"Detenhamos a pandemia: a segurança e saúde no trabalho pode salvar vidas" 

O fato é que a Pandemia que nos obriga a seguir diversas recomendações de cuidado como:  etiqueta respiratória, uso de máscaras faciais em locais públicos e reorganização de rotina para manutenção de atividades essenciais e distanciamento social, aproxima a população de um modo geral de uma condição de necessidade de cuidados da saúde pública e particular. 
Na linha de frente desses cuidados, diversos trabalhadores de saúde disponíveis para ações assistenciais e ao mesmo tempo expostos a possibilidade de contaminação pelo vírus. 

Uma breve busca na internet nos apresenta diversas informações preocupantes: 

Espanha projeta mais de 30 mil profissionais contaminados


Itália contabiliza 16650 profissionais com Covid-19


Portugal conta 20% de infectados como os pertencentes à classe médica

No mundo 3 milhões de pessoas foram contaminadas e 212 mil morreram por complicações com o coronavírus. Quanto aos profissionais de saúde, essa é a categoria profissional que mais é acometida pelo vírus no mundo. Na Alemanha, cerca de 6.395 profissionais de saúde foram infectados*, na Espanha 30 mil profissionais de saúde estão contaminados*. Os Estados Unidos, não conseguem contabilizar os profissionais sanitários adoecidos, mas há uma projeção de que são 9 mil infectados nesta categoria*. A Itália contabiliza cerca de 16.650 contaminados* e Portugal ao projetar que 20% de seus casos de corona estão entre trabalhadores da saúde, tem hoje, aproximadamente, 5 mil casos*. O Reino Unido, embora também tenha dificuldades na contagem indica ao menos 123 de profissionais de saúde no país*

No Brasil a situação não é diferente, hoje superam os 66 mil casos, com 4.543 mortes. Atualmente, mais de 8 mil profissionais de saúde estão afastados por sintomas ou suspeita de coronavírus ou ainda por pertencerem ao grupo de risco. 

Notícia sobre Covid-19 no Brasil*


Segundo o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), há 5.800 profissionais de enfermagem suspeitos ou confirmados com coronavírus em todo o país*.  A diferença entre os dados, sugere uma subnotificação.
Conforme artigo da Abrastt (2020)*, o atravessamento da Pandemia amplifica nossa visão e a intensidade do sofrimento social que em geral não é observado, mas que atualmente é evidente. Um fator social contributivo para exposição ao adoecimento é a desigualdade social, assim como, as más condições de trabalho em saúde, em um Sistema Único de Saúde que sofre com cortes de verba e incentivo por parte do governo e que atualmente encontra um mercado superfaturado para compra de equipamentos hospitalares e equipamentos de segurança e outros itens necessários no momento. Observamos ainda, que é preciso cuidado e atenção para que o momento de pandemia não abra a possibilidade de mais perdas de direitos trabalhistas e previdenciários, pois  a insegurança em trabalhos precários e instáveis acrescenta dificuldades ao momento vivido pelas pessoas em geral e também, pelo profissionais de saúde.
Além disso, os técnicos da área de saúde precisam estar atentos ao mundo que virá pós-pandemia, quando o mundo irá buscar sua recuperação da resseção pelo coronavírus e consequentemente irão explorar a mão de obra disponível.
O adoecimento dos profissionais precisa ser acolhido em ações de vigilância, assistência e educação em saúde do trabalhador, mas é o primeiro grande esforço em saúde do trabalhador com a pandemia. Outros desafios virão.  





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